segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Sintonia Perfeita

Minhas oferendas

*Emiele* aos 50 anos - Julho/2000 - Montagem recebida como presente
da amiga, advogada, escritora e poetisa Célia Lamounier.


Minhas oferendas
*Emiele*

O melhor que há em mim
eu dou de presente 'as pessoas
em gestos extremamente carinhosos.
Num abraço caloroso...
No meu terno sorriso,
no meu olhar expressivo e amoroso.
Vai um pouco de mim também
na compreensão e cumplicidade.
Na minha fidelidade e solidariedade.
No meu saber ouvir e querer bem.

O melhor que há em mim deixo expresso
para você deste espaço virtual,
nas frases de um poema apaixonado ou sensual.
Na minha transparência e decência.
Na minha sincera Amizade,
e na minha forma de dizer a verdade.

Tento guardar só pra mim o que tenho de ruim.
Mas por certo, alguns dias amargos, eu divida
com quem me amolesta e está por perto...
Sei que também sou atrevida!
Pobre de meus filhos e marido!
Mas se deles suporto o pior,
que agüentem também meu azedume.
Pois sou doce e suave como vinho.
Ah, mas de vez em quando, e devagarinho...
Vou fermentando... Azedo... E viro vinagre!
Nem queira provar um só pouquinho!


Ipatinga, 02/07/2003 - 17 horas.

Não Duvides

*Emiele* aos 50 anos - Julho/2000. Presente mágico a mim oferecido pela amiga virtual, poetisa e webdesigner Silvane Saboia.

Não Duvides
* Emiele *

Não duvides do meu amor
se podes captá-lo nos poemas que escrevo
e nas entrelinhas...
Ou nos suspiros em que ouves
quando deste sentimento falo
e em outras vezes, de emoção me calo.

Não duvides do meu amor se na tela nua e fria
transporto meu calor e alegria,
e também, tristeza e sofrimento,
pois vivo descontente,
em não te ter aqui presente.

Ora, não duvides deste sentimento,
se nos versos que te dedico expresso meus desejos,
que rompidos nas incontáveis noites de abandono,
fugindo do esperar, no meu cansaço,
delirante a ti me entrego em teus braços...
E embriagada num só beijo,
fico em estado de alerta... Perco o sono.

Creia meu amor, tu és a luz a iluminar o meu caminho!
Sob esta luz trilham meus passos,
galgando em descompasso meu destino.
És também o meu tormento e escuridão
quando tropeço na insensatez da ilusão.
Venha comigo, eu te peço.
No brilho molhado dos meus olhos haverás de ler,
que tudo dito é minha verdade.
É o jeito de demonstrar todo meu ser,
sem mediocridade,
a quem é a razão do meu querer!


Ipatinga, 28/02/2003 - 21:51 horas.
*Direitos Autorais Reservados. Proibida divulgação sem autoria.
Dedicado e meu muso português e a todos os amigos que respeito e amo.

O VÍCIO ESCRAVIZA

O VÍCIO ESCRAVIZA
*Emiele*

Flores esparramadas no alvo linho da toalha
testemunhavam que ocorrera ali uma cruel batalha
entre a loucura e sanidade.
Entre se conhecer e se esconder...
Entre o ser e deixar de ser...

Ah, droga ou bebida maldita!
Quando será exterminada sua maldade
oculta nas taças e brindes de falsidade?
Quando terá fim por sua causa,
o sofrimento e destruição de tantos lares?
Quando acabará enfim, tanta desgraça e mortandade?

Oxalá adormeçam nos porões seus tonéis de veneno!
Pois o que para uns leva a um prazer pequeno,
para outros, leva à alucinação...À criminalidade...
À desorganização familiar... À desunião.

Como vítima deste vício infernal prefiro a sobriedade dos ''caretas''
à tagarelice e falsa alegria dos beberrões que não acreditam
estarem subjugados, dominados e escravizados.
Sob efeito das drogas e abastecidos de coragem
e poderio, se tornam prepotentes,
E ninguém lhes convencem que estão enganados.
Mas em seus lares há marcas do fracasso.
Nas suas relaçoes já não existem laços.
Na expressão dos seus olhares, há fadiga.
No seu sangue, coração e fígado, há degeneração.
Na sua carreira e profissão, há estagnação.
Em tudo há só marcas de destruição.

Desperta, alcoólatra ou químico viciado!
Não há mais tempo, estou alquebrado... Dirá.
Engana-se! O tempo é agora.
Liivre-se deste vício e farsa.
Ainda há tempo para sua recuperação.
Para o despertar dum novo homem.
E ainda que já tenha perdido familia, trabalho, amigos,
não há nenhuma lápide com seu nome escrita: Aqui jaz!
Resta-lhe o divino sopro de Vida...
Com vida, saúde, fé e determinação, tudo mais reconquistará.
E ao reencontrar seu elo perdido, em paz viverá.

Vença seu vício, jovem-homem ou jovem-mulher!
Luta com furor contra seus próprios fantasmas!
Desse fantasma e fraqueza, desencalha!
E ao vencer a si, vencerá a mais nobre e árdua batalha.


Belo Horizonte - 20/05/2007 - 23 :50 horas.
Respeite a autoria ao divulgar.
Dedico este poema a tantos jovens e adultos
que vivem pelo dominados pelos vícios.

Uma chance

Uma chance
*Emiele*

Muitos morrem sem saber ou estar doente...
Simplesmente apaga a luz no olhar...
O riso nos lábios...
O pulsar do sangue...
O som da voz...
Sem aviso nem dor
a morte chega, veloz!
É diferente da vida
que demora para se firmar.
Nascer e viver é prêmio.
Morrer é sentença
e nascemos com ela.
Sem saber ou sabendo
velho ou moço morremos.
E há os que morrem vivos
dominados por doenças emocionais...
Tristes, sem esperanças e amor,
atraem infelicidade para seu redor.
...
Imaginei morrer de acidente de carro.
Mas de acidente vascular, jamais!
Em uma e outra morte acontece igual:
Não há tempo para preparar o espírito...
Então, faço aqui o meu pedido:
Senhor, dai-me a chance de morrer consciente.
Que haja tempo para chamar Teu nome...
Dos pecados ser redimida...
E dos que amo fazer suave despedida.


Belo Horizonte, 09/09/2009.
Direitos autorais preservados.
Reg: 613529541

Tua presença

Tua presença
*Emiele*

Na quietitude e sonoridade
das águas, das espumas e das bolhas...
No farfalhar do vento sobre as folhas...
No romper do sol com seu brilho e calor
trazendo carícia e vitalidade
para as pétalas de cada flor...
Sinto tua presença, Senhor!
Agradeço-te, porque me destes
sensibilidade para ver as belezas que criastes.
E também, porque me destes
o dom de transportar para este poema
minha forma de olhar com gratidão
e levar a todos esta emoção.
Agradeço-te mais uma vez,
serena e solenemente:
Obrigada, Senhor!


Belo Horizonte, 25/07/2007 - 21:10 horas.

Ter um muso...

Ter um muso...
*Emiele*

Ter um muso é sentir nas teias da emoção
o sangue poético pulsar quando dele estamos a falar
É ter alguém nos sonhos e na imaginação...
Despertar sabendo-o contigo em completa sintonia.
E sem ele, sentir angústia, mudez e nostalgia.
É sentir a vibração energética do instante,
e gotejar em cada poro, a poesia.
É sabê-lo ali constante, desejar alcançá-lo...
E ele se encontra bem distante!

É ter de si a mais cândida emoção...
Sentir completamente inteira.
E ao mesmo tempo, incompleta,
por não ter presente o objeto de nossos desejos.
É com ele iludir-se na solidão e de felicidade, inundar-se.
É desiludir-se e de infelicidade, transbordar-se.
É ter um coração de amor e de desejos inflamado,
e sob olhar extasiado, contentar-se.

O muso não é alguém que desejamos aprisionar,
mas alguém de espírito alado
que a todo instante está presente em nosso querer,
e nos ajuda a decifrar os enígmas
que emergem nas profundezas do ser.

Ter um muso é ter alguém que nos encanta a alma
e ao enamorar-se, encontrar reciprocidade
neste encantamento...
É amar alguém por amor a nós mesmos!
É poupa-nos dor, solidão e sofrimento.

Ter um muso é sentir-se de amor embriagada
e até meio alucinada!
É iludir-se que este amor está a seu alcance...
E ao mesmo tempo, sentir-se lúcida e sóbria,
e sem nenhuma chance, sentir
não ter seu muso, seu amor, nem nada!


Belo Horizonte - 20/03/2005 - 10:30 horas.
Direitos Autorais Reservados pela Ética que deve permear
todo meio de divulgação e reprodução.

Nota: Estas rosas foram fotografadas por meu muso em sua casa, Lisboa-PT. Divulguei a foto neste espaço e alguém aproveitou-as para fazer este belo fundo. Portanto, faço uso deste papel de carta com um certo quê de direito.
A autora.

Sofrer juntos

Sofrer juntos
Emiele*

Por anos a fio,
sempre à mesma hora
a gente se enchia de falas,
de notícias, de carinhos,
atenções, ternuras...
De sonhos e esperanças...
Hoje, sinto desgosto...
Perdeu-se a alegria
que existia em mim.
Amar-te na virtualidade
me fez triste assim.
...
Partistes sutilmente...
Bem antes que eu decidisse partir...
E quando eu falei em partir,
sei que sentistes mais leveza...
Compromisso e lealdade,
requer propósitos e firmeza.
Não quero te arguir mas quem sabe
ao me veres partir até sorristes de alegria...?!
Apenas sei que ir embora antes de mim,
jamais decidirias.
Temias que a saudade
viesse habitar nossos dias...
E ela veio lentamente... Arrebatou-nos...
E nada podemos fazer.
Voltemos então a ficar juntos.
Quem sabe juntos é menor
do abandono o sentimento ...
Da despedida, a dor e o sofrimento ?!


Belo Horizonte, 06/07/2009 - 20:54 horas.

Amiga que é poeta

Amiga que é poeta
*Emiele*

Amiga que é poeta
entende a outra poeta amiga...
Penetra na sua intimidade e alma...
Sabe ler nas entrelinhas...
Tudo que escreve é remédio
que afungenta o tédio,
acalenta e acalma...
Amiga que é poeta
é amiga sincera e franca.
Traz na ponta da língua
a docilidade que arranca
lá de dentro, gestos encolhidos
de solidariedade e admiração.
Uma poeta amiga, não precisa
morar sob o mesmo teto.
Nem demonstrar todo seu afeto
a quem ela cativou a amizade.
Passe o tempo que passar
ela vive em nosso coração...
É presença silenciosa...
É amada, sem alarde.


Belo Horizonte, 09/06/2009 - 22:30 horas.
Para você Célia, minha simples demonstração
de carinho e admiração.
Uma amizade a gente conquista com simpatia e empatia.
E com gesto simples e francos, procuramos mantê-la. *Emiele*

O TEMPO PODE SER CRUEL

O TEMPO PODE SER CRUEL
*Emiele*

Hoje eu queria voltar ao tempo
de quando nos conhecemos, meu amor!
Do quanto nossos contatos aqui
eram emocionantes...
Das brincadeiras ingênuas
e outras mais maliciosas que nos empolgavam
e com elas vibrávamos!

O tempo passou... Não volta!
É algo consumado.
Já temos um passado.
Chegamos na tal linha divisória
que um dia para ti eu defini.
E se não a ultrapassarmos
vem o tédio a desarmar-nos.
Emudece a emoção...
Não concluimos o melhor capítulo
de nossa linda história.
Ah, vão-se tantas noites de paixão!
E cada qual mais desiludido
permanecerá encolhido,
ao ver que tudo que vivenciamos
da telinha do pc não ultrapassou.
Nasceu...Cresceu...
Alimentou-se dias, semanas, meses,
de sonhos e esperanças...
Anos lindos de emoções, viveu.
E contudo, aqui mesmo morreu!
Oh, amor meu! Não deixe que isto seja verdade.
Peço-te, por piedade!
Ajude a tornar este nosso sonho de amar,
uma realidade!

Belo Horizonte, 26 de maio de 2004 - 18:00 horas.
Direitos Autorais Reservados.

Nosso ninho de Amor

Nosso ninho de Amor
*Emiele*

A cama onde passamos juntinhos
bons momento de amor e de magia,
ainda está lá...
Olho pra ela e sinto uma agonia
ao vê-la assim arrumada...
Colcha branca rendada.
Travesseiros em par.
E de calor e amor
completamente fria.
Vazia.

Cadê meu amor que não vem me ver...
Que não vem me abraçar...
E de quem nunca mais ouvi falar?
Por onde anda, não sei.
Por onde ando já até perdi o rumo
mas vivo a lhe procurar
em abraços que a sede deste amor
não deixam saciar.

Escute meu chamar e venha logo!
Há de me encontrar
com lábios ainda sedentos de seus beijos.
Com o corpo perfumado e umedecido
à espera de que nele venha se aninhar...
Entranhar...
De prazer e sem pudor gemer...
E saciar a sede
de sexo feito com amor.

Venha sem me avisar.
Entre devagarinho...
Não faça barulho pra eu acordar.
E ao me ver, terá a certeza
de que sonhando, fiquei a lhe esperar.
Que meus carinhos são todos pra você
E só em seus braços e entre abraços,
quero adormecer e acordar.
Se não vens, durmo, sonho
com você sempre vindo...
Sempre vindo ao meu encontro...
E não sei por qual razão,
nunca sonho com você partindo...
Parte de saudade meu amante coração.


Belo Horizonte - 07/04/2005 - 22:04 horas.
Direitos Autorais preservados pela Ética que deve permear
todo meio de divulgação e reprodução.Seja ético.

No dia que me quiseres...

No dia que me quiseres...
*Emiele*

No dia em que me quiseres por perto,
chame por mim.
Estarei a esperar cheia de carinhos
para te entregar, enfim.
No dia que me quiseres por perto,
basta mandar um recado:
Venha, sinto-me só
e perdida, tal num deserto...

... Por esse dia há muito que esperei
e não reclamarei mais da tua ausência ...
Falarei apenas dos poemas
que expressei com eloquência
a tremenda vontade de te abraçar...
Mas por ti não corro atrás. Apenas espero.
E quando vieres, este coração cansado
há de olvidar o tempo passado...
E olhando-te nos olhos te direi:
Amor, como esperei !
Não duvidei que viesses um dia...
Perdoe-me, se quase choro de alegria.

No dia em que me quiseres por perto, pergunte-se
se foi por mim que também esperou teu coração...
Se a resposta sair de dentro e sem questionamento, venha.
Derrame em mim teus abraços e beijos...
Juntos, escutaremos uma suave canção...
Cientes de que todo grande amor
vive de esperanças...
É sereno, fiel e paciente.


Belo Horizonte - 19/05/2009 - 19:50 horas.
Em crise aguda de rinite, ainda escrevo
para falar de meus sonhos e desejos...

NÃO AO DESARMAMENTO

NÃO AO DESARMAMENTO
*Emiele*

Se com armas matamos pessoas...
Com remédio, também matamos.
Médicos inescrupulosos, fazem o mesmo.
Engenheiros com péssima formação acadêmica fazem cálculos errados,
suas construções desmoronam, e matam também.
Advogados e Juízes, sem compaixão e arrogantes, matam esperanças e sonhos.
Motoristas incautos, matam todos os dias!
Do tráfico e suas drogas, nem precisamos citar.
Então precisamos de Leis para coagir e reger tudo!
Quanto mais Leis, mais corrupção e transgressão.
Quanto mais criamos Leis para controle, demonstramos menos evolução.
Para onde caminha a humanidade?!
Que desarmem mentes gananciosas, sedentas de Poder!
Precisamos de mais Amor, Compreensão, Desapego e Fraternidade.
Portanto, digo NÃO AO DESARMAMENTO, porque penso que o bicho-homem
se coisificou, perdeu o senso, e está difícil conseguir resgatá-lo.
O crime foi banalizado. E dele temos medo. Vivemos enclausurados.''


Belo Horizonte, 29/09/2005 - 11:12 horas.
Minha opinião no site do Terra sobre o assunto.

Mulher Pedra

Mulher Pedra
*Emiele*

Mulher, quando tomares consciência
da força que tem tuas palavras,
gestos e ações,
terás te transformado na pedra
que será usada
na grande obra da construção
de um mundo mais humano!

Umas, na sua simplicidade de ser,
foram pedras,
matéria prima por natureza,
e morreram sem saber,
de que participaram
desta grandiosa construção...

A ti, Mulher!
Pedra da construção deste mundo tão sonhado
de amor e solidariedade,
desejo que nunca perca esta consciência!
Que siga firme nesta construção,
sendo dígna,
de ter um Dia em tua homenagem!

A ti, um grande e afetuoso abraço pelo
"Dia Internacional da Mulher".
Ipatinga - 08/03/2001

Mulher Ideal

Mulher Ideal
*Emiele*

Mulheres são todas iguais?
Existe a Mulher ideal?
São tantas personalidades e comportamentos diferentes
que se torna difícil avaliar com precisão
estes seres humanos existentes.

Umas, são rudes, primitivas.
Outras, cultas, ousadas e criativas.
Umas sabem se doar demais.
Outras, fonte de egoísmo,
pobres para amar e muito racionais.

Umas autoritárias e castradoras.
Outras, românticas, submissas e sonhadoras.
Umas simplistas, idealistas.
Outras interesseiras, frias e calculistas.

Umas, espontâneas e naturais.
Outras, falsas moralistas,
e defensoras de causas banais.

Mulheres são todas iguais?! Jamais!
A diferença que ela faz para o sexo oposto
é o que ele nela busca
para satisfazer o seu gosto.

...Se eu pudesse renascer após a morte
queria por sorte, na forma de homem voltar
e uma mansidão de mulher encontrar.
Faria com ela um pacto, uma aliança,
de jamais perder minha masculinidade
nem ela sua feminilidade.
E num misto de emoção e sentimento,
exerceria cada qual o seu papel.
Viveríamos juntos até o fim de nosssas vidas
a desfrutar da felicidade de uma convivência
fortalecida no amor, e na lealdade enriquecida.

Eu amo o Homem Novo
que pensa novo como penso.
Amo o que nele representa de humano.
Amo seu bom senso
e junto a ele sempre quero estar.
Terei no Homem meu referencial
para avaliar se exerço bem ou mal
o papel - de Mulher Ideal.


Ipatinga, 07/03/2002 - 22 horas.
Direitos Autorais Reservados
Com este poema presto minha homenagem 'as Mulheres pelo seu Dia Internacional, sem distinção de crença religiosa, classe social ou etnia.

Lugar Seguro

Lugar Seguro
*Emiele*

Na tentativa de superar dificuldades e limitações
decidi ainda bem jovem fazer minha opção:
Suprimiria meus desejos de prazer momentâneo,
com garra! E sem pensar no que deixei pra trás, partiria para a ação.
Suprimiria tudo por tempo determinado.
Se algo desse errado, haveria tempo de recomeçar e acertar.
Teria tempo de resgastar tudo que investi.
Era tempo apenas de construir!
Tinha um ideal de valor incalculável a meu ver,
e dele jamais me esquivaria. . .
Queria 'a custa de todos meus esforços, vencer!

Incontáveis vezes tropecei e vacilei.
Queria fugir deste enfrentamento
e viver a efemeridade do momento.
Questionava sempre se valia adiar este prazer...
E neste retroagir e avançar, hoje sei,
que as duas coisas são parte da essência do viver.

Passados quase 40 anos nesta investida,
para minha segurança e alegria
resgato o que em noites mal dormidas me afligia...
Resgato tudo aquilo que queria.
Resgato minha liberdade de escolher e ser!
Venci minhas fraquezas, limitações e tudo mais que enfentei.
E hoje com entusiamo quase infantil, quero gritar ao mundo,
com a voz que por vezes embarguei, o quanto sou feliz!
Conquistei a estabilidade e segurança que sempre quis.
Acreditei.Aceitei os acertos e desacertos meus.
E os sonhos e esperanças no futuro,
guardara num lugar seguro:
Guardara em mim.E também nas mãos de Deus!


Belo Horizonte, 25/01/2003 - 10:30 horas.
Direitos Autorais Reservados

Jeito de Sentir e Ver

Jeito de Sentir e Ver
*Emiele*

Um dia um colibri me segredou
que se bem fitasse
veria algo nele que a mim se iguala ...
E antes que lhe perguntasse
como, e em quê,
não quis saber da minha fala
e pra bem longe voou...

Desde então,
quando sobre as flores
sobrevoando o vejo,
pulsa mais acelerado
meu esperançoso coração
e me vem logo o desejo
de lhe fazer a mesma pergunta:
Oh, colibri, responda-me, por favor!
Como posso na sua figura tão frágil,
ver o meu amor ?!
E ele num rufar de asas
segue indiferente...
Ruma em direção a outros jardins
para sugar o mel de cada flor...

Olho encismemada...
E meio encabulada
brota lá no fundo a resposta...
E nela percebo a semelhança...
Meu amor está presente
no meu jeito de pensar e ser.
No jeito de expressar o meu querer.
Jeito mesmo só de quem sabe
tirar de si e dar,
sem nenhuma troca,
o sentimento de maior beleza...
Que aufere aos amantes
título de nobreza.
E tal como o matiz do colibri
que encanta a todos com seu vai-e-vem,
encanta a todo aquele que o tem...
Ah, o Amor...!


Belo Horizonte, 10/12/2003 - 9:50hs
Escrito numa linda manhã de sol...
Divulgue se quiser, com o mesmo carinho
e respeito de quem enviou para Você.

Feliz Ano Novo!

Feliz Ano Novo!
*Emiele*

Cansada de te esperar por anos a fio
volto a te desejar Feliz Ano Novo!
Mas o quê de novo pode haver
se tudo que a gente queria
era algum dia se conhecer?
Mas o amor não morre - já lhe disse -
apenas adormece ou cochila...
E apenas cochila em mim a esperança
deste encontro que a imaginação alcança...
E que aconteça neste novo ano
ou no ano seguinte.
O certo é que não posso perder a emoção
que me une e separa de ti em dias nostálgicos
e de sentimentos antagônicos
quando penso desistir de te querer
por nâo suportar viver sozinha.

... E quando parecia ter morrido em mim
a última esperança deste encontro
renasce o sentimento dos anos anteriores...
É chegado mais um Novo Ano...
Ah, nesta primavera hei de estar nos braços dele...
E fico feliz com o ano que começa
cheio de promessas...
Promessas que só eu faço
para consolar meu coração.

Belo Horizonte, 28/12/2009 - 21:35 horas.

Eternidade e Morte do Amor

Eternidade e Morte do Amor
*Emiele*

Acordo meio entediada... Nada em minha volta vejo encanto ou graça...
Penso: Meu amor está morrendo a cada dia que passa.
Sigo vazia e indolente... Mas isto não aconteceu de repente...
Ele que era minha alegria, energia e vitalidade, foi enfraquecendo...
Deu sinais doentios e eu não quis ver.
Em seu leito de agonia, deixei-o entregue 'a sorte...
E sem se debater, rebelar, reclamar ou opor,
foi morrendo o meu, o seu e o nosso amor!
Melhor não ver... E por isto a maioria deixa-o morrer.
A agonia e morte de um amor é estarrecedora!
Deixa a gente desarmada sem diagnosticar o porquê de sua curta vida.
Sentimo-nos impotentes diante de uma chama que era ardente...
E depois vê-la se apagando...Agonizando...Morrendo...?
Queremos remediá-lo.Medicá-lo.Curá-lo.Revigorá-lo.
Queremos sacudi-lo.Acudi-lo e fazê-lo ressuscitar...
Gritar! Amor, por tudo que é sagrado, não morra!
Se morre, morre também nosso querer!
E não temos forças...

Pensa você que um amor verdadeiro nunca morre?
Morre sim.Agoniza na denominação que lhe foi dada.
Denominação efêmera de vida com morte predestinada,
pois o amor verdadeiro não nasce de um só querer.
Ele nasce, cresce, e tem vida no dia-a-dia
dum eterno e mútuo bem-fazer.
De um eterno aprender. Na convivência mútua do viver.
No entanto, o AMOR NÃO MORRE!
O que morre é apenas uma fase do amor, e são tantas,
que se quisermos fazê-lo valer, ele terá vida
enquanto vida durar nossa verdade,
e seguiremos amando até de velhice morrer,
se amarmos e respeitarmos a verdade e a individualidade
existente em cada ser.

São poucos os que reacendem esta chama imortal. Muito poucos!
A maioria ao vê-lo enfraquecer, pensa logo: Morreu.Fazer o quê?
Corro em busca de outro bem-querer...
Procura-o em toda parte e se desilude pois ele está
dentro do seu próprio ser que o deixou morrer em troca
quem sabe, dum tolo prazer... Uma noite de orgia ?
Curtiu aquela noitada...
Dormiu aconchegada ao lado de outro alguém
que não era na verdade seu bem-querer.
Sentiu prazer... Gozo...Mas todo sentimento
que tem a efemeridade do romper da aurora
não rima com o amor.
O amor tem de ser construído, tem uma longa trajetória
e toda uma história. É preciso vivê-lo em gestos de carinho,
em atenções, compreensão, respeito. Em palavras, atitude
de paciência e espera... Sim, tem de saber esperar
o tempo de maturação o qual nem sempre é o mesmo tempo
da pessoa que amamos.Muitas vezes avançamos mais do que
o outro com o qual nós convivemos. Entretanto, muitas vezes
também canalizamos erradamente nosso amor e sofremos
por não haver sintonia e receptividade.
Temos então, de descobrir que em algum lugar alguém precisa
deste amor armazenado, desperdiçado, mal canalizado, e doá-lo.
Ao tomar esta decisão, será mais recompensado.
Terá mais razão para viver.
E embora o amor esteja em quem ama ao ser também amado,
temos o amor em nós multiplicado, e nos tornamos mais felizes
e plenamente realizados!

É simples o que tenho descoberto. O amor não morre, é certo!
Morre apenas nosso jeito de amar e ser, pois somos seres mutantes
e como tal, devemos seguir sempre avante sem jamais deixar romper
com a essência de todo ser humano, que é aprender, aprender...
E aprender a Amar, e amando morrer!


Belo Horizonte - 25/05/2004 - 1:10 horas.
Reescrito em 21/10/2004 -10:50 horas.
E retocado hoje... 03/11/2005 - 10:30 horas.
Dedicado a todos que são pacientes consigo,
com seu bem-quer e com tal sentimento.

Desencontro

Desencontro
*Emiele*

O entardecer anuncia
o ocaso de nossas vidas...
Anos dourados
de vivências maduras.
Tão doces, ternas, e tão puras!
Marcada está a expressão
do nosso olhar
por carências...
Aparências...Decência...
E prudência.
Quero fertilizar
esta realidade estéril.
Quero engravidá-la de desejos ...
Suspiro amoroso...
E depois pari-la num parto doloroso.
Que importa?
...

E sedenta de olhar
busco teu olhar
que encontra o meu
e cala em meus lábios, o medo...
Minha boca molhada
quer o céu
da tua boca de mel.
Não te vá, amor...
É tão cedo!

Belo Horizonte, 16/04/2009 - 21:25 horas.

Dançando pela vida...

Dançando pela vida...
*Emiele*

Pelos salões de dança rodopiei...
Dancei boleros, twist, samba,
pagode, lambada...
Pulei rock dos anos 60...70...
Dançando juntinho, namorei...
De tanta emoção e desejos, suei...
E por horas seguidas,
com o coração cheio de ilusões, flutuei...

Hoje sozinha volto ao mesmo salão.
A música a dançar me convida...
Perdi o desejo de rodopiar...
Falta-me na alma o rítmo
com o qual hoje não me sintonizo...
Perdi-me no tempo, dividida
entre a música e as lembranças...
Queria teus braços para me enlaçar...
Teu cheiro para me tontear...
Queria que aqui estivesses
para ao som da música
em teus braços, sonhar...

Desligo então a memória.
Carrego uma latente angústia no peito
e não sei viver de outro jeito.
Fiquei pela dor marcada...
Há uma paixão enraizada!
Mas a música me contagia...
E sem que me dê conta,
saio como que hipnotizada...
Com o rítmo abraçada...
E deslizo pelo salão...
Danço uma dança solitária,
povoada de recordações
de que muito amei e fui amada...
Danço como sempre dancei ...
Penetro onde lembranças não alcançam...
Encontro-te...
E danço entre teus braços
como sempre sonhei.


Belo Horizonte - 23 de junho de 2005 - 12:47 horas.

CULTIVE SEU AMOR

CULTIVE SEU AMOR
*Emiele*

Pode ser tarde demais para gastar gestos e palavras
com uma relação amorosa que se desgastou e chegou
ao fim. Mas nunca para voltar a amar!
Ame sempre seu amor. Cultive-o com carinho e devoção.
Há de surgir alguém que possa merecê-lo e acolhê-lo
no fundo do coração.
O amor, tal como uma ave, não tem morada certa.
Sua morada é em ti, que nunca deixou de amar!''


Belo Horizonte - 11/06/2005 -10:32 horas
Para minha confidente e amiga virtual Lídia Valéria.

MERGULHO

MERGULHO
*Emiele*

O fundo do mar que vi
era muito mais belo
do que imaginei.
O mergulho que dei
representou
não só uma proeza
mas a coragem
de experimentar o novo
De sentir o novo...
De tudo tocar e ver
sem nada temer.
Descubro
que percebo melhor
a realidade e coisas.
Vivo de verdade!

© *Emiele*
Belo Horizonte, MG, Brasil
Mergulhei a menos de 2 metros e achei fantástico!
Praia Maragogi - Maceió - Alagoas-BR

Canteiro de Versos

Canteiro de Versos
*Emiele*

No teu canteiro de versos
quero ser gota de orvalho
a umedecer a semente
que ao brotar produzirá frutos
para alimentar muita gente.

Que seu Canteiro floresça
em qualquer estação
e brotem flores
de variadas cores e perfumes.
E seja você um exíminio anfitrião
para colher todas as alegrias
sem provocar ciumes.


© *Emiele*
Belo Horizonte, MG, Brasil

BEIJOS POÉTICO-PROFÉTICOS

BEIJOS POÉTICO-PROFÉTICOS
Emiele

Ah, menino!
Se nossos beijos poéticos
também tornassem reais
só nós dois saberíamos
o quanto valeriam a pena
vivenciar juntos esta cena...
Seriam gostosos demais!

Beijo que com amor se beija
e vai junto o coração,
deixa-nos em estado de êxtase...
Chegamos quase a delirar!
E sem saber explicar
é desmedida a emoção
a quem amamos beijar!

Ah, sem beijos não viverei!
E avaliar hoje sei
o quanto sinto saudades
dos beijos que um dia dei...
Enquanto meus lábios beijavam,
subia na face um rubor
que descia arrepiando...
E no corpo, um estupor.
Boca grudada na boca...
Língua na língua a roçar...
Deixava-me feito louca!
Tirava-me aos poucos a roupa
que minh'alma encobria ...
E vacilando perguntava:
Porque não desnudar o corpo
se desnuda a alma estava...?

Aí então, inteira e em pleno gozo
as sensações sentidas,
corpo vencido ao desejo,
delirante me entregava
de forma tão espontânea
aquele prazer momentâneo...
A emoção, ocupando espaço
desatava todos os laços...
Rompia com resistências
que alinhavavam no peito
tolos...Bobos...Preconceitos.

Quem dera ainda tivesse
um amor pra beijar assim...
Vivo só a poetar.
Mas tenho no peito guardado
um lindo amor, encantado,
por quem há dois anos espero...
Por isto nunca me desepero
pois sei que muito em breve
irei correndo lhe encontrar
e todo carinho guardado, a ele...
Só a ele hei de entregar!

Serão noites de encantamento,
magia e muita ternura...
E também por que não dizer
de deliciosas loucuras?!
Esta espera é um tormento!

Minha boca grudada a dele...
Corpo entrelaçado ao meu...
Só nós pra testemunhar
aqueles instantes sonhados
e com persistência esperados,
agora juntos, viver?
Ah, corpo e lábios deixarão marcados...
Pra nunca, nunca esquecer!


Belo Horizonte, 04/01/2003 - 13:33 horas.

BEIJO POÉTICO

BEIJO POÉTICO
Emiele

Todo poeta beija
melhor que qualquer pessoa.
E disto não se pode duvidar!
Quando beija,
sensação de leveza enseja
e entoa doce canção...
Vê estrelas... E não poucas,
no adocicado céu da boca...
Boca que oculta a paixão.

Nem queira experimentar
pois se deste beijo provar
grandes doses vai querer
pra nunca mais esquecer!


Belo Horizonte, 03/01/2004

Apenas um tango

Apenas um tango
*Emiele*

O tango que nunca dançamos
toca com insistência...
Ouça-o.
Não sente vontade de comigo dançar?
Ainda que não saibamos
os passos sedutores desta dança,
abraçados e cheios de desejos,
entre beijos,
haveremos de bailar
no rítmo dos nossos corações
que pulsam forte por amar.

Nossa leveza há de voltar!
E a vida ficará mais encantada.
Estaremos mais compenetrados..
Mais comprometidos...
Mais confiantes em acertar.
Nosso amor é como este tango.
Há de permanecer além do tempo.
E quando já mais velhos
sem a mesma flexibilidade
para rodopiar e dançar
haveremos de ouvi-lo juntos
e nos emocionar.
Ele contará nossa história
Marco dos nossos dias de glória .
Ouça-o...
E sob o som e rítmo, viaje...!
Abraça-me.
Venha comigo dançar, sem medo.
Ouça-o...
E sob o som e rítmo, viaje...!
Abraça-me.
Venha comigo dançar, sem medo.


Belo Horizonte, 24 de abril de 2009 - 19:40 horas.

Amor, sentimento alado...

Amor, sentimento alado...
*Emiele*

Se ouvires alguém dizer que te ama, creia,
porém, não te envaideças, pois o amor habita
o coração de quem ama.
E se ouvir falar de fidelidade, creia também, pois
quem ama jamais trai tal sentimento. No entanto,
fique atento(a), pois o amor segue em direção alada
e pode não seres tu a pessoa amada.
És apenas, no desejo de amar, alguém a ocupar
espaços num coração inundado de tal sentimento.
Conviver e fazer parte da vida de alguém assim,
é fantástico!


Belo Horizonte - 23/07/2005 - 9:00 horas.

Amor e liberdade

Amor e liberdade
*Emiele*

Como a criança olha indefesa borboleta
que anseia pelo võo sobre sua mão...
Sem maltratá-la nem aprisioná-la,
assim deve ser o amor
que une as pessoas.
Amor atencioso, carinhoso...
Leve e solto...
Meu jeito de gostar é assim.
Aceitemos nossas limitações
e regras da boa convivência.
Não há como estar atado
e experimentar a leveza...
Nem oferecer ao outro,
a amplidão do céu...
Não podemos ter em nossa frente
nenhuma porta estreita...
Precisamos respirar liberdade e coragem,
tal como precisam as frágeis asas
duma borboleta,
que pedem ar e passagem...
E alçam pleno vôo.


Belo Horizonte - 30/05/09 - 8:50 horas.
Inspirado na imagem e na realidade atual em que vivo.

A RIMA

A RIMA
*Emiele*

A rima não me atrai nem fascina.Livre dela sinto mais leveza...
O que me excita de verdade, é a sintonia e musicalidade das palavras
com as quais brinco de poetar.
A rima, é algo muito certinho.É como andar em linha reta
sem tropeçar no caminho...
Mas na vida nunca é assim.
Poeto então sem rimar.

Belo Horizonte, 03/10/2004 - 18:00 horas.

A bondade nos eterniza

Tina, fotografada na casa de minha mãe em nov/2004.

A bondade nos eterniza
*Emiele*

Passam-se quase três anos...
E continuas tão presente em mim.
O que marcou nossa convivência
tão gratificante,
foram os tristes e alegres instantes
que juntas passamos...
Como brincava contigo!
O teu olhar de meiguice
e tuas paraltices,
fazia aflorar minha meninice...
E quando eu estava triste,
me seguia onde quer que eu fosse...
Em silêncio, deitada a meus pés,
o calor de teu pelo macio
sempre os aquecia...
São lembranças tão simples
mas que na emoção ficam
quando quem amamos parte um dia...

Oxalá, continue entre os viventes.
Sabia, contudo, que pela tua idade
e nossa convivência afetiva,
distante da minha presença,
tua vida estaria por um triz...
Na vida é sempre assim.
Tudo que amamos se despede um dia
e leva parte da nossa alegria...
O que importa é que durante
os treze anos de convívio
amei-te, te fiz e fui feliz.


Belo Horizonte,02/06/2009 - 19:08 horas.
Poema dedicado à cadelinha Tina, roubada nas proximidades de minha casa em Ipatinga -MG.
Em 10/08/2006.

A ABELHA E A FLOR

A ABELHA E A FLOR
*Emiele*

Uma abelha passeia sobre tenras pétalas rosadas...
Depois suspira extasiada de encantamento!
Prova do mel puro e saboroso da flor,
seu preferido alimento.
Então pergunta: Oh flor, quem te deu tanta beleza?
Será que foi o amor?
Sim. Responde a flor. Foi o amor do criador
pela Mãe Natureza.

A abelha dá meia volta e retorna.
Suga mais mel, se abastece de pólem até pesar as patas...
E voa em direção à colméia sonhando ficar assim tão bela.
Mas antes a flor lhe chama e diz:
Abelhinha! Já és bela, não vês?
A beleza é um dom do criador. Vem de dentro
de cada ser. Bem de dentro das entranhas
quando reconhece da sua existência, sua verdadeira missão.
Das abelhas, a beleza está em produzir o mel.
E quem mais tem a capacidade desta tamanha façanha?

A abelhinha voou apressada e feliz para cumprir sua missão:
Fazer o mel... Fazer mel... Fazer sempre muito mel.
E adoçar a vida de outros seres do planeta.


Belo Horizonte - 07/07/2007 - 23.:07 horas.

Gestação dum Sonho

Gestação dum Sonho
*Emiele*

Espero e esperarei
por quanto tempo, nem sei...
Para viver o sonho
que por incontáveis anos,
com carinho acalentei.
O tempo não é sentido
quando temos um sonho-projeto
a ser vivido.
Não conta a saudade
nem os incontáveis dias de espera...
Conta sim, a imensa vontade
de fronteiras e limites romper,
para em toda verdade e intensidade,
este amor viver.

Esperarei sim.
E quando meus cabelos branquearem,
minha pele perder a suavidade e rigidez,
ainda direi para que todos possam ouvir:
Que esperei porque te amo!
Pois o amor não envelhece com a idade
se dele fazemos nosso desejo de viver,
de ser, e de fazer alguém feliz.
Ele por certo em toda sua força
há de emergir rejuvenecido
pelos anos de espera em que ficara
no sono de amar, adormecido...
Entregarei por fim os carinhos guardados,
os sonhos sonhados,
em desejos mergulhados e encharcados...
Para quem foi, é, e sempre será,
um ser tão querido... Tão desejado...
E por anos e anos, esperado!

Belo Horizonte - 04/07/2004 - 12:42 horas.
Direitos Autorais Preservados pela Ética que deve permear todo meio de divulgação e reprodução.

Fábrica de Sonhos

Fábrica de Sonhos
*Emiele*

Enfiei todas as minhas esperanças
e sonhos
nas asas de uma borboleta
linda, toda colorida.
Soltei-a.
Deixei-a voar...
Veio um pássaro faminto,
perseguiu-a,
bicou-lhe as asas
tirando-lhe um pedaço.
Ela se estremeceu,
desequilibrou,
deu uma volta no ar,
rodopiou cansada
e imobilizada, no chão ficou.
O pássaro apressado
aterrissou.
E na luta pela sobrevivência
aproveitando sua fragilidade
lhe devorou,
saciando sua vontade.

E agora...Como vou ficar
sem borboleta,
com sonhos desfeitos
olhando pro ar?!

Vejo um beija-flor a voar...
Tão frágil também é um beija-flor.
Entrego-lhe meus sonhos?!...
E se ele morrer
e meu sonho de novo acabar?
Que nada!
Tenho uma fábrica de sonhar!!!


Ipatinga - 19/12/2000
Direitos Autorais Reservados.
Dedicado a todo aquele que tem sonhos pra sonhar,
ainda que só realize parte deles.Pois o que são os sonhos
senão nossos desejos e projetos mais ousados?

Como te quero!

Como te quero!
*Emiele*

Queria ser teu bombom mais saboroso...
Ser também teu vinho, teu prato predileto...
Teu suco natural e tua sobremesa sem igual.
E de manhã, ser teu café expresso com queijo...
E ao entardecer, ser a mais linda paisagem
do por-de-sol no Tejo...
E o travesseiro onde repousas tua cabeça
e em pleno abandono,
relaxas, até chegar o sono...

Ao despertar, ser o sabonete e espuma
com que ensaboas teu corpo...
E fica cheirando a rosa do teu jardim,
........
Queria ser teu perfume
e a colônia pós-barbear tão cheirosa...
Que me enviou embebida num papel...
E para te sentir mais perto, cheiro-a...
Fico de cá a te imaginar, saudosa...
E sinto no teu amor um pedaço do céu...

Queria ser a roupa que cobre teu corpo...
O agasalho que te aquece do frio...
E à tarde, ser a mais linda paisagem do Tejo...
Trazendo-me nos raios de sol teu terno beijo.

E quando chegasse a noite, ser,
a chave com que trancas a porta
para no teu canto de sossego se recolher...

Queria ser a tua música mais suave,
e tudo mais que tens predileção...
Assim, estaria junto na tua boca,
em teus lábios, em teu corpo,
em teus olhos... E coração.

Queria afinal, ser teu desejo e prazer!
A distância torna meu desejo impossível.
Quero, no entanto, ser alguém
que consideras muito!
E mesmo vivendo tão longe,
queria ser tua amante,
tua amada e confiante,
teu bem-querer.
Alguém que mesmo distante,
quer sempre de mim, saber.


Belo Horizonte - 01/12/2005 - 9:30 horas.
Minha inspiração para escrever nasce do imenso querer
de Mariza Lenir, *Emiele* ou Iza, a quem meu muso
também chama de "meu bombom"...
Este poema brotou deste lindo amor virtual.
Ame. E de seu âmago transbordará forte inspiração.

OUTONO OUTRA VEZ...

OUTONO OUTRA VEZ...
*Emiele*

Folhas secas de plátano pelo chão...
O vento frio... Falam-me duma nova estação.
É outono lá fora... E também em meu coração.
Quero aconchego, carinho,
quero ver tv juntinho...
Comer pipocas, dizer asneiras, e sentir o suor
dum outro corpo em meu redor...
...
Pelos restaurantes da cidade
brindo com um cálice de vinho
a conquistada liberdade.
Li-ber-da-de...! Soletro num suspiro...
Estou livre dos sentimentos ruins...
Mas que sabor tem ser livre
se há imenso desejo aprisionado em mim ?!
...
Enfim, é hora de fazer as malas e partir.
Avalio com dois pesos a viagem:
O que trouxe na bagagem?! E o que levo?!
Há um saldo sempre positivo.
Somar! Eis minha busca e lenitivo.
E recolhida no quarto não senti a solidão.
Abracei-a. Ah, companheira amiga!
Inundei-a. De amor, desejo e paixão.
Senti-me em casa.


Montevidéo - 05/04/2009 - 7:15 horas.

OUTONO DE ESPERANÇAS

OUTONO DE ESPERANÇAS
*Emiele*

O outono veio chegando de mansinho...
Deixa sempre meu coração amargurado
e encolhidinho...
E as folhas secas esparramadas pelo chão
parecem querer arrancar de mim a esperança
de que ele não ficará estacionado...
Que virá depois o inverno e a primavera...
E tudo voltará a colorir e se enfeitar.
E meu coração renovado
de flores e perfumes encharcado
irá ao teu encontro
tal como as folhas verdes
balançando suavemente ao vento...
Buscará o amor guardado
quem sabe só para mim reservado
no teu pensamento?


Belo Horizonte - 06/04/2006 - 22:30 horas.

MAGIA DA ROTINA

MAGIA DA ROTINA
*Emiele*

Em abraços se entregam
olhares ...
Enamorados...
Dançam pela varanda...
Lá embaixo, o mar...
Reflete em suas ondas
a luz do luar.

Flui no ar um clima de paixão.
Sussurram coisas melodiosas,
gostosas de serem ouvidas...
Lembranças do tempo
em que deixavam o outro,
de desejos, quase enlouquecido!
Os pés, queriam parar...
Os lábios, em beijos se encontrar...
Pernas trêmulas, entrelaçar...

E hoje, naquele instante especial,
continuaram a bailar...
E a bailar...
Queriam sentir apenas o prazer
de estarem ali juntinhos...
Sem perder daquele momento, a magia...
Pois seus corpos se entrelaçavam todo dia
Sem bailes... Sem sonhos...
Sem fantasias.


Mariza Lenir Horta de Abreu, Belo Horizonte, Minas Gerais
*Dedicado a todos aqueles que dentro da rotina de uma relação amorosa estável,
conseguem encontrar o prazer, no simples ato de estarem-juntos...

AME POR AMAR!

AME POR AMAR!
*Emiele*

Não quero que me ames
pelo sorriso maroto
em que vês expresso em meu rosto
naquela fotografia...
Nem dos poemas
que te dedico com todo gosto,
nem do amor
que te falo todo dia...
Não quero que me ames,
pela minha voz
a cantarolar cantiga de ninar
que te enviei
para que ouvisses ao deitar
e embalando teu sono,
dormisses...
Nem dos beijos que te dou
ao me despedir
quando no telefone
estamos a falar...
Nem do prazer
que te prometo
quando for contigo estar...
Não quero que me ames
por nada destas coisas!
Quero no entanto,
fazer-te um pedido
e gostaria
que nele visses
algum sentido:
Ama-me,
pelo amor em ti existir.
Ama-me,
e nunca tentes me iludir.
Ama-me.
E quando do meu querer
não mais te falar,
do teu amor por mim
jamais possas duvidar.
Ama-me.
Simplesmente por Amar!

Mariza Lenir Horta de Abreu, Belo Horizonte, Minas Gerais

HORA DO ADEUS

HORA DO ADEUS
*Emiele*

Quando penso em te deixar
é como se quisesse
abrir mão de tudo que sonhei
e novos projetos em areia construísse...
Se tudo que pra nós dois sonhei
ainda não alcancei,
urge que eu tome outros rumos?
Que rumo é este por mim ignorado,
se nem tenho vontade de partir...
De me prender a nada nem nada decidir?

Não quero mais sonhar nem me apaixonar.
Acho que de tanto por ti esperar,
sem que eu percebesse,
o desejo em mim envelheceu...
Ou quem sabe,
o amor em mim morreu?

Na certeza de que ele só adormeceu,
dormindo me pede todo dia
que eu saiba perseverar e por ti esperar...
Que olhe sempre e tão somente, o olhar teu,
pois és tu minha alegria,
agonia e poesia...
Querer meu!

Mariza Lenir Horta de Abreu, Belo Horizonte, Minas Gerais

POSSE INÚTIL

POSSE INÚTIL
*Emiele*

A vida é minha. O sonho é meu.
São meus os sentimentos.
E os desejos e tormento?!
Todos apenas meus!
E é minha também a decisão
de satisfazê-los ou não.
...

Mas que droga de posse é esta
se todos meus sonhos, sentimentos e desejos
são direcionados a ti e querem se unir aos teus?

Sem ti minha vida é insossa.
É mar em calmaria.
É flor sem viço e perfume.
É carvão sem o lume.
É borboleta sem asa.
É homem desprotegido sem casa.
Sem ti só existo e sobrevivo,
mas em meus olhos falta o brilho...
Em meu corpo não vibra a energia...
Sou um vagão de trem fora do trilho.


Ipatinga, 27/05/2005 - 19:25 horas.

RAZÕES E RACIONALIDADES

RAZÕES E RACIONALIDADES
*Emiele*

Preciso de alguém pra me consolar quando eu chorar...
Preciso de um ombro pra me apoiar quando eu fraquejar...
Preciso duns olhos pra com ternura nele me olhar
quando eu me inquietar...
Preciso dum corpo pra meu desejo saciar
quando não souber mais me controlar...
Enfim, preciso de alguém pra estar comigo no meu querer.
Ah, mas se não posso ser tocada pelo homem a quem amo...
Se ele nunca vem quando o chamo...
Se dele não esqueço e vivo a padecer...
Preciso urgente mudar meu rumo,
trocar meu coração de dono
e esquecer que tenho um bem-querer!

Buscarei alguém que se faça mais presente
para amar e me envolver.
Não quero mais chorar minha solidão
Continuar no desalento e abandono
Ver passar a vida sem viver!


Belo Horizonte, 05/10/2004 - 20:40 horas.

ESTA VIDA AGORA VOS PERTENCE, PAI!

ESTA VIDA AGORA VOS PERTENCE, PAI!
*Emiele*

Feliz do Santo Padre que desvendou os caminhos misteriosos
da Vida e caminha agora em direção ao abraço fraterno do Pai...
O céu, seja ele onde for, é o lugar de todo aquele que propaga
o Amor, a Fraternidade, a Esperança e a Paz.
E João Paulo, homem santo, apóstolo fervoroso, já deve lá estar.
Papa João Paulo, lembre de nós pecadores quando estiveres
em pleno gozo das coisas do Pai.

Regozijo porque descansastes das lutas terrenas. E sou grata
a Deus por nos ter honrado com tua presença por tantos anos!
Por ter nos premiado com tua vida em defesa da justiça
e conscientização da humanidade.

Esta Vida vos pertence agora, Pai! Abrace este Teu filho com a
mesma ternura de quem abraça um pequenino...
A morte é um prêmio quando nos encontra preparados...
E este teu filho, pelo sofrimento foi purificado.
E do lado de cá, meio órfãos ficaremos, porém crentes de que
ele foi mais um filho dígno de ouvir de Ti: És meu filho amado!
Que cada um de nós possa também ouvir isto quando o momento
de partir for chegado.


Belo Horizonte - 02/05/2005 - 23:30 horas.

AINDA BEM!

AINDA BEM!
*Emiele*

Acordo as 4:30 da manhã. Ainda faz noite.
A claridade adormece sob o manto dum céu sem estrelas.
A lua cheia ainda brilha redonda e branca.
A temperatura baixou um pouco.
Ontem fez um calor quase insuportável!
Nem um ventinho pra balançar minhas orquídeas de plástico,
na jarra de cristal, no criado mudo perto da janela.
Ainda bem que existe noite pra gente dormir e descansar,
recompor energias, pra nos sugar o dia.
Viram como o dia carrega problemas?
O dia é sempre carregado de coisas e acontecimentos!
O dia é noite que deixou de ser. É a noite que não assume nada.
Que só quer dormir... descansar... e esquecer.

O dia se faz, parindo a luz... Eu o vejo nascido quando pela fresta
da janela entra sua luminosidade acordando tudo.
Na noite tudo que é paz, silenciosamente adormece!
Dorme encolhido na gaiola, o sabiá.
Dormem colibris, canários, pintassilgos e bem-te-vis.
Dorme nesta primavera calorenta, a natureza florida
e poluída por gases fétidos.
Só não dorme a dor.
Não dorme a paixão nem o desamor.
Também não adormece nem cochila o ódio e o desejo de vingança,
num coração enrijecido, sem esperança.
Estes ficam bem despertos e fazem armadilhas traiçoeiras
na calada da noite.
Não adormece também a loucura. Esta, só com alta dose
de medicação.

Ainda bem que dentro de mim se faz dia e noite
pra recompor as energias que me sugam o dia.
Pra enganar a saudade que cochila.
Pra sonhar os sonhos que me rouba o dia.
Pra esquecer a dor que me atormenta de dia.
Pra adormecer este desejo que é meu açoite...
Pra acordar na poesia o despertar de um novo dia.
Ainda bem!


Belo Horizonte - 28/09/2004 - 4:40 horas.

MEU VELEIRO

MEU VELEIRO
*Emiele*

Meu veleiro singra teus mares
e sem destino certo procura um cais…
Se navega em ondas revoltas
se perde, afunda,
e não flutua mais…
Como és bom marinheiro
preciso de tua ajuda
pra meu velejar.
Cuida bem deste velejo…
Por hora não vejo
que direção tomar.
Direcione o leme
acerte as velas
e me prendas no cais…
Se ventos e ondas me levam,
perco o rumo… saio do prumo…
E navegando à deriva
não volto jamais!


Mariza Lenir Horta de Abreu, Belo Horizonte, Minas Gerais

sábado, 30 de janeiro de 2010

Maior-Idade

Maior-Idade
*Emiele*

Não sei se faço ou se desfaço.
Se visto e me protejo.
Se desnudo e me exponho.
Se ando ou permaneço imóvel
Se ouço ou continuo muda...
Numa consciência absurda!

Então reviro tudo e me faço avesso.
Se quero ser, faço. Transgrido. Aconteço.
E sem nó na garganta quando chego a noite,
deixo o ar entrar... Sinto-me liberta.
Livro-me do açoite.
Faço da vida uma rima
e sem olhar por cima
nem ficar no muro,
saio do obscuro.

Chego na Maioridade no poema.
Mas na vida, que desmando!
Fico quase só no mesmo tema.
E ao me estruturar,
vou tar-ta-ru-gan-do...


Ipatinga, 13 de maio de 2002.

Um tudo que é nada!

Um tudo que é nada!
*Emiele*


O arrebol
...O sol
......O vento
.........O calor
...........O suor
.............O trânsito
................O desgaste
...................A lida.

Depois...
...O entardecer
......O por-do-sol
.........O anoitecer
...........O frio
..............O arrepio
.................O medo
...................O sono
......................O sonho
.........................O cio...
............................Novos poemas!

Já não agüento essa rotina!
...Tenho a emoção por um triz.
......Insisto e invisto na vida
........pois ela sempre nos ensina...
.........E qualquer dia invento
............um jeito viável e prático
..............de ser feliz.

...Não tenho por perto
.......meu bem-querer.
..........Como há de ser?
............E se pra tudo há um jeito
...............mesmo que não seja
..................tal como o queria, perfeito,
....................o amor renasce todo dia
......................nos versos que ando a escrever.


Ipatinga, 16/04/2005 - 22:45 horas.
Direitos Autorais Preservados pela Ética que deve permear
todo meio de divulgação e reprodução.

Rítmos da Alma

Rítmos da Alma
*Emiele*

De música, embriaguei a alma... Exagerei na dose.
Não sinto enjôo nem repulsa.
E em minhas veias, apenas mais acelerado o sangue pulsa...
Embriaguei-me de sons dos mais variados tons.
Cambaleante e rítmica,
tristezas e solidão neste instante esqueço.
De sonhos povôo meu pensamento...
E minh'alma na fluidez musical, reabasteço.

Na sonoridade que ecoa pelo ar,
meu amor pela melodia suave se fortalece.
Manter fidelidade a este amor por ti, a mim prometo.
Ao êxtase me entrego em pleno enlevo...
Um poema escrevo...
E debruçada sobre notas musicais
adormeço o sono solitário dos imortais.

Acordo no dia que se segue e desta embriaguez
quero experimentar outra vez.
Mesmo em menores doses, me sinto mal...
Tonteio. É fatal e brutal o que na mente veio:
A música já não me serve de esteio.
Sou frágil e infeliz mortal.

Busco aquietar meu corpo e anestesiar a alma.
Dedilho musicalidade nas palavras...
Mas ao capturar imagens tuas,
transporto parte desta emoção sentida pro papel.
Sou arrebatada pela saudade...
Descubro-te um ser infiel.
Quanta crueldade!
Há veneno em tudo!
Sofre a poesia o amargor do fel.
Só eu sou a mim fiel... Minto.
Nem eu expresso verdadeiramente o que sinto.

Transporto-me para um lugar
onde tudo baila leve, livre, solto...
E de lá, juro que não mais volto.
Hei de viver tudo que no poema escrevi !
Se assim não for, de que valem
sonhos e esperanças acalentar
se não posso viver o que senti?

Belo Horizonte - 05/09/2004 - 14:00 horas.
Hora do habitual cochilo e relax...
Dedicada 'a música que me embriga, relaxa e adormece.

* * * * *

Quando escrevi o poema acima, havia passado horas inteiras
a ouvir músicas que meu muso me enviou gravadas no aparelho
MP3, modernidade da Europa, que não havia ainda chegado aqui.
Desconhecia o texto que foi a mim enviado pelo amigo Víctor Portela,
Por esta razão, envio para que leiam, pois vi que ando na direção certa.
Vivo embrigada da paixão que expresso nos poemas... É maravilhoso
este estado de embriaguês produtiva em que me encontro!

Eis o texto que recebi:

"Deve-se estar sempre bêbado. É a única questão.
Afim de não se sentir o fardo horrível do tempo,
que parte tuas espáduas e te dobra sobre a terra.
É preciso te embriagares sem trégua.
Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude?
A teu gosto, mas embriaga-te.
E se alguma vez sobre os degraus de um palácio,
sobre a verde relva de uma vala, na sombria solidão
de teu quarto, tu te encontras com a embriaguez
já minorada ou finda, peça ao vento, à vaga, à estrela,
ao pássaro, ao relógio, a tudo aquilo que gira,
a tudo aquilo que voa, a tudo aquilo que canta,
a tudo aquilo que fala, a tudo aquilo que geme.
Pergunte que horas são. E o vento, a vaga, a estrela,
o pássaro, o relógio, te responderão:
É hora de se embriagar.Para não ser como os escravos
martirizados do tempo, embriaga-te. Embriaga-te sem cessar.
De vinho, de poesia ou de virtude.A teu gosto..."

(Charles Baudelaire)

Música e letra

Música e letra
*Emiele*

Não quero saber
se há anos ou dias te espero.
Não quero saber
se acordada ou insone te quero.
Só quero saber que a hora é agora
e ansiosa te aguardo.
Oh, música de minh'alma!
Adentra meu corpo e acalma
esta ânsia e paixão
que arde em minhas entranhas e chão.
Não me faças esperar por mais uma pausa
sem ter justa causa.
Orquestre em mim teus acordes sonoros...
E saciado o desejo verei
que a música que hoje mais quero
é igual ao prazer de um beijo
sedento, ardente, eloquente
que a mim tenho negado.
E tudo mais que tenho me dado
em dó-ré-mi-fá-sol-lá-si
é pura ilusão que por anos a fio
me entreguei... me envolvi...
E na qual me perdi...
Não te vá. Fique junto a mim
tão somente e semente
plantada pra sempre!


Belo Horizonte - 21/10/2009 - 3:00
Acordo na madrugada com este poema na mente.
Para não perdê-lo, levanto e transcrevo no papel.

Mineirices gostosas de lembrar

Mineirices gostosas de lembrar
*Emiele*

Felizes os mineiros que ainda guardam na lembrança, mineirices dos tempos passados...
O café na chaleira... O trem Maria Fumaça...
Os casarões nas ladeiras das cidades centenárias, com flores trepadeiras caindo até a rua...
Um idoso de pele seca e enrugada, enrola seu cigarro de palha, sentado no banco da praça e proseando com um passante...
As reuniões familiares ao som do batuque e violão...
A brincadeira de roda e dança em plena rua de terra...
A estrada estreita e poeirenta a caminho da roça...
Em dia de festa religiosa, procissão com o santo em andor enfeitado...
Banda de música e foguetório ao amanhecer...
Festa do Divino e do Rosário com suas tradições milenares trazidas de sua origem...
Bailes beneficentes e quadrilha nas escolas...
Doces de goiaba em pedaços, cidra ou laranja da terra, em calda de rapadura...
Fogão a lenha, panela de barro fritando torresmos...
Ah, são tantas as tradições por Minas Gerais!
Ao visitamos lugarejos que preservam estas tradiçoes, sentimos que o tempo não correu... Vagueia pelas cercanias, tal como os rio... Formam cachoeiras... Banham as plantações das fazendas... Alimentam a criação... E demoram desaguar no mar.
Assim, é Minas Gerais com suas histórias, seu povo e tradições seculares.
Ser mineiro é ter muitas histórias pra contar. Ah, se é.
E eu sou assim, cheia de mineirices para recordar.

Belo Horizonte, 15/08/2009 - 22:00 horas.