sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Amar Bonito

Amar Bonito
*Emiele*

Ah, este amor que grita
E me desnuda,
Ao percebê-lo tão sublime,
Deixo-me ficar estarrecida e muda...
Se amo tanto um Homem
Que aos olhos meus não vejo,
E sinto vontade
De em seus braços estar,
Num desejo que só deseja amar,
Quero este amor,
Em meu corpo materializar,
E a este Homem faço endeusar...
Será que ele atende,
De onde eu lhe chamar?!...
Não creio por estar casada
Apenas num papel
Cometa ato profano
E cruel.

Quero satisfazer com ele
Meus caprichos,
E em seus braços dormir
E despertar.
Ah,viver longe de quem a gente ama,
É que triste,cruel e desumano!

Que Deus então se regozije
Por eu ter este lado
Tão sincero,
Expressando este amor,
Que é tudo que desejo e quero.
E ao doá-lo ao Ser Humano,
Ao divino, o meu amor se assemelha?
E ao construí-lo assim bonito,
No Seu infinito amor,
O meu amor se espelha?


(*EMIELE* - Belo Horizonte, 04/04/2002 - Tarde de quinta-feira)

Sons do Amor

Sons do Amor
*Emiele*

O amor tem vozes e sons
Que se expressam
Em vários tons.
Grita quando tristonho,
É sibilante,risonho
E tem sussurros também.
Mas silencia no peito
Quando juntinho estamos
Daquele que muito amamos
E entre abraços e beijos,
Sussurramos no ouvido:
Quero-te tanto bem...


(MARIZA LENIR - *Emiele* - Ipatinga, tarde de 18 de março/2002)

Círculo Imortal

Círculo Imortal
*Emiele*

Morre-se um amor.
Vão-se os sonhos.
Nasce à dor, a paixão,
O desilusão e o desamor.
Vem a saudade
Que sem pedir licença
Se instala num peito
E explode, gritando só ausências.
Cresce a nostalgia,
Dá uma agonia...
Morre a poesia.
Ninguém quer saber
Mas há morte do ser.
Decreto então:
Que morra tudo
Com a morte de um amor!
Que nasça outro amor
Bem novinho!
Que traga novos sonhos,
Novas ilusões,
E a presença do ser amado,
Bem juntinho!
Que tenha saudades amenas
E distâncias pequenas.
Que se criem esperanças.
Que transbordem alegrias.
Que no silêncio,
O corpo fique mudo
E que haja um tempo
Para avaliar.
Que não haja tropeço
No recomeçar.
E neste círculo do amor imortal,
Vou rodopiando,
Num ritmo igual.
Sigo a vida amando,
De modo desigual.


(MARIZA LENIR - Ipatinga, 02/03/2002 - 17 horas).

De Mãos no Bolso

De Mãos no Bolso
*Emiele*

Nascemos, crescemos e ao atingirmos a
"Maioridade da Razão",
Lá pelos 30 anos, (pra uns nunca chega; outros,
Chegam mais cedo), descobrimos que temos dois bolsos...
Em um, carregamos um pouco do pó de que fomos feitos.
Em outro, partículas de Sabedoria Divina.
Quando estamos prepotentes,
Procuremos o bolso onde está o pó
De que fomos construídos...
Sejamos mais humildes.
Quando muito pra baixo, angustiados,
Procuremos o bolso onde está
A Sabedoria Divina, na certeza de que,
Com apenas uma partícula, podemos,
Com nosso esforço, conquistar tudo
Que necessitamos e desejamos.

Entre um bolso e outro,
Busquemos sempre colocar as mãos
De forma equilibrada,
Já que temos o livre arbítrio para escolher
Em qual deles procurar as coisas,
Para viver em harmonia com o Planeta
E seus habitantes.
Torço para que tenha encontrado este discernimento,
Bem mais jovem que eu e divulgue esta mensagem.


(MARIZA LENIR - Ipatinga,28/02/2002).

Jamais coloque (...)

Jamais coloque seus sonhos e esperanças em mão alheia.
Ela poderá decepcioná-lo. Os sonhos e esperanças devem ser livres
E habitar apenas o espírito de quem sonha e espera.
Assim, a única pessoa que pode deter seus sonhos
E esperanças é você e... Deus.


(EMIELE - 15/03/2002)

Tenho Luas

Tenho Luas
*Emiele*

Necessito por vezes
Sair do comum, do corriqueiro,
Em busca do tudo, do nada,
Do falso ou verdadeiro.
De ficar nua
E correr pra rua.
De vestir a roupa
Que não a minha...
A dela, a da outra, a sua.
De encontrar a pessoa certa
Ou a errada.

Tem vez que penso
Entoar um canto novo,
Envolver com o povo,
Ser anônima na multidão.
Mas depois me silencio
E feito fera, fêmea,
Me recolho no cio.

Tem vez que saio do trilho,
Me encho de brilho
E me coloro a alma.
Tem vez que me agito assim...
Depois, tudo em mim se acalma.

Tem vez que preciso
Experimentar de tudo.
Quero provar,
Tocar,
Pisar naquele chão,
Deitar naquela cama,
Rolar naquela lama...
Era lama?! Era nada.
As pessoas nos deixam amedrontadas.
Dão idéias falsas
Das coisas.
Tenho curiosidade.
Tenho fome de viver.
Quero fazer em mim
Gritar - o mudo.
Tenho de tirar a prova
De tudo!
E depois de cada experimento
Eu sou mais eu.
E a lua é nova...


MARIZA LENIR - Ipatinga, 11/03/2003 - 17:43 horas).

Onde está você?!

Onde está você?!
*Emiele*

Sinto respirar
O mesmo ar que você.
Mas onde está,
Que não mais podem
Meus olhos lhe alcançar?

Onde está,
Que não podem mais,
Minhas mãos lhe tocar?

Onde está,
Que já não posso mais sentir
Seu corpo
Junto ao meu, suar?

Será mesmo que esteve
Em meus braços...
Que alivie meu cansaço
Depois de tanto lhe esperar?!...

Se foi um sonho,
Dele me recomponho.
Mas tenho ainda no corpo,
O seu cheiro...
Nosso encontro foi real,
Verdadeiro.
Mas sempre me deixa assim.
Vem. Com seu carinho
Me aquece
Depois me esquece.
Desaparece...
Fico só. Não lhe esqueço.
Entristeço.
E de saudades, quase enlouqueço!


(MARIZA LENIR - Ipatinga, 25/03/2001 - 22 horas)

Amar na Idade Madura

Amar na Idade Madura
*Emiele*

Ao amar na idade madura,
aflora em nós a calma...
O ser amado se torna a razão da nossa emoção e felicidade.
Reflete em nós a beleza e a virtude da almaque brilha,
todos os brilhos da mocidade.
Ele se torna nosso escudo.
Anjo protetor...
E os desejos afloram,
como uma sementeira em flor.
O amor maduro é tão cheio de ternura,
tão simples, leve e lindo em si,
que vejo nele o colorido e matizes,
das asas de um colibri.
Embora às vezes embotado,
roto em sua beleza,
e por vezes, de tristeza carregado,
tenho tido com ele paciência,
pois não perdendo de todo sua essência,
ele emerge sempre renovado.
E posso afirmar com certeza,
que ao amar na idade madura,
aprendi a extrair da vida, a beleza
e da juventude, a suavidade e frescura.


(MARIZA LENIR - *Emiele* - Ipatinga, 19/06/2002 - 13:20 horas)

Lidando com perdas

Lidando com perdas
*Emiele*

Nao quero ter mais nada
nem ninguém.
Não quero ter filhos,
nem amigos,
nem namorados!
Nem casa, nem emprego,
nem dinheiro, nem bichos,
nem plantas, nem flores,
nem prestígio.

Para cada ''ter'' exige um ''ser''...
Ser carinhosa, cuidadosa, afetuosa.
Esforçada, dinâmica, dedicada.
Virtuosa, decente, prudente,
paciente, providente,
e por aí afora...
Não quero ser dona de nada
nem de ninguém!
Até pra ser dona de mim
dá um trabalho danado!!!
Juro! Nada quero ser nem ter!
Quero simplesmente...Viver !
E o pior é que ando triste
e a dor insiste
em me querer...
Que droga!!!
O tempo correu...
A vida hoje parou.
Meu cachorro morreu.
Não quero pêsames!


(MARIZA LENIR - Ipatinga,14/10/2001 - 15:00 horas)

Em busca do real

EM BUSCA DO REAL
*Emiele*

Vai... Procura o que está tão vivo nos teus sonhos...
Segue sempre em frente com passos firmes e decididos...
Mas lembra-te de em alguns momentos olhar para trás,
visualizar o percurso que já venceu...
Ele tem tuas marcas.. Ele faz parte da tua história...
Nele vais encontrar as lições que já aprendeu...
Ele não deixará que te esqueça dos questionamentos
para os quais, nesse momento, busca respostas...

Vai...teu objetivo está além da linha do horizonte...
A caminhada é longa... Nem sempre as flores estarão presentes,
colorindo a paisagem...
Mas vai...
Lembra do que está tão vivo nos teus sonhos...
Lembra de que os sonhos são teus projetos de vida
e que só de ti depende torná-los tua realidade...

Vai...
e se acaso encontrar durante tua caminhada
alguém que está sendo vencido pelo cansaço,
fala dos sonhos... fala das realizações...mas fala principalmente
da felicidade... Que se encontra além da linha do horizonte...


(MARIZA LENIR)

Vozes da alma

Vozes da alma
*Emiele*

Acordo cedo.
Levanto e abro a janela.
Vejo o tempo feio, mórbido,
mortífero.
Me dá um certo medo...
É como se alguém tivesse
partido ou morrido
e muita tristeza me desse.
Volto pra cama.
Sei que não há tempo feio.
Ninguém partiu nem morreu.
Na realidade,
minha hospedeira alegria,
sem saber o porquê,
simplesmente partia.
E a tristeza, ousadamente,
seu espaço invadia,
me dando ...''Bom dia''!!!

Cínica...Bom dia pra que?!
Com tristeza, a vida não pode ser.
Não há mais beleza nem leveza.
Resta apenas a certeza,
de que um fardo pesado
será arrastado...

Reluto e decido:
-Não te quero comigo. És uma intrusa !
Instalas. Ris de mim.Abusa?!
Por que insistes em não partir?!
Vai-te embora. Agora !!!
Convencida, ela sai batendo a porta
sem se despedir.
Tomara não encontre onde ir.
Pois que desapareça !
E de mim também, esqueça !
Tristeza comigo não fica.

Volto a me olhar no espelho.
Algo de dentro aconselha:
-Sorria...Você fica bem sorrindo...
E em seus olhos um sorriso espelha.

Sigo meu conselho.
Trago a alegria de volta.
E de dentro ouço outra voz que me diz:
-Você sabe ser feliz. Sabe ser atriz.
E jamais deixará de ser aprendiz!


(MARIZA LENIR)

Mãos que Amam

Mãos que Amam
*Emiele*

Esta mão que você vê agora,
poderia dar-lhe um adeus
e ir embora.
Mas ela veio pra ficar
e lhe fazer lembrar,
o quanto já lhe acariciou,
sua emoção, com ternura tocou,
e sua lágrima,
à distância, enxugou.

Ela queria estar hoje
a tocar sua mão,
com emoção,
e lhe transmitir o calor
que emerge de todo meu ser.
Neste simples gesto de amor,
nesta simples forma
de querer.


(MARIZA LENIR, 23/01/2002 - 16:20 horas)

Construindo nossa casa acima do mundo...

Construindo nossa casa acima do mundo...
*Emiele*

Ao ouvir esta música italiana que gostava de cantar
quando muito jovem, passei a pensar...
Como construir nossa casa acima das coisas do mundo?!...
Acima do desamor, do ódio, do egoismo e de outras coisas
que a torna vulnerável 'as adversidades?!...
E a resposta me veio assim:
Só com suas bases alicerçadas no Amor,
na Perserverança,
na Abnegação,
no Perdão,
na Compaixão
e na Fé, é que
nossa casa será suficientemente forte para suportar
qualquer intempérie que possa abatê-la.

E por mais que estejamos acima das coisas do mundo
na busca do aperfeiçoamento espiritual, ainda assim,
temos de ser humildes o suficiente, para aceitar que,
acima de nós, está Deus.
Um Deus que nos dá provas todo dia
de seu amor ilimitado e incondicional.
Um Deus que jamais deixará de nos acolher,
se porventura tivermos cometido um erro
e nossa casa desabar...

Em nossa casa mora um ser especial ...nós...
com todas as falas que nos habitam...

Que sejamos mais cautelosos com nossa morada,
amando-a e decorando-a com coisas que têm real valor,
não nos permitindo contaminar pelo materialismo
estúpido dos tempos atuais.
Eu também me esforço...
É um caminho difícil, sei,
mas vale tentar.


(MARIZA LENIR, IPATINGA, 04/02/2002 - 22 horas)

E de repente, perdemos o controle do tempo...

E de repente, perdemos o controle do tempo...
*Emiele*

Um dia dormi pensando que teria muito tempo de vida para fazer coisas que gosto. Teria, talvez, mais de 30 anos ainda pela frente, pois minha mãe tem 89 anos e está viva. Que meus amigos seriam também premiados pela longevidade, e então, tería muito tempo para lhes abraçar, para reafirmar que os amava, demonstrar isto em gestos de carinho, como lhes telefonar ou lhes envia flores no aniversário, ou , fazendo-lhes uma surpresa com minha visita. Portanto, não tería aquilo que chamamos pressa , para fazer nada destas coisas.
Há um tempo que temos de correr. Corremos para o trabalho, para dar conta de tudo no prazo certo, no trânsito para chegar em casa e descansar, ver o telejornal ou novela, ou acessar o correio e responder mensagens. Corremos para ir ao médico ou ao dentista, ou àquela reunião imprescindível. Afinal, mesmo depois dos filhos já criados e aposentarmos, ainda corremos. Mas há um outro tempo, que achamos ser desnecessário correr, como é o caso, o tempo de fazer uma visita aos amigos, de dar um telefonema para saber como estão ... E também, não poderia esquecer, o tempo para namorar, beijar e abraçar quem gostamos.
Este tempo vamos adiando... Pensamos sermos imortais.
Até que numa manhã, abro meu correio e recebo a notícia de que, uma gande amiga virtual, quase real, companheira e confidente via correio e telefone, havia morrido de enfarto, no início da noite... Num raio de segundos, percebo que já não tinha mais tempo de quando viajasse até ao Rio de Janeiro, ir conhecê-la...
Naquele momento, acho que envelheci todos os anos que passei acreditando ser dona do tempo... Caiu sobre mim os anos e a impotência de lutar contra ele... Foi então, que descobri que meu tempo é aqui e agora! Que tenho de viver da melhor forma, alegrar-me, ser feliz, e fazer as pessoas que amo também assim. De cantar e dançar, viajar, abraçar e namorar. Numca sabemos o dia em que seremos chamados pelo Pai.
Então, amigos, vamos fazer o que está a nosso alcance agora!
Receba estas flores...

Receba meu abraço...
Receba minha oração pela sua vida...
Receba meu gesto de afeição...
Receba estas palavras como meu desejo
de viver o hoje, o aqui e o agora.
Obrigada Deus, por estarmos vivos!
Com um amoroso e fraterno abraço,

*Emiele*

A Mentira

A Mentira
*Emiele*

A mentira é um brilhante capuz
e quem o experimenta
num breve instante, reluz.
E se envaidece neste vício,
e até esquece que é uma veste
ocultando a mediocridade.
Mas quando emerge a verdade
na transparência da luz,
o brilho enganoso se apaga
e deixa o mentiroso sem fala...
Ele se esconde e se cala
na gruta da escuridão
pois não aceita perder
sua (in)sensata razão.
Demonstra por A mais B
que a mentira é ingênua.
E quem mente, o faz por pena...
Não quer ver o outro(?) sofrer.


Belo Horizonte - 11/06/2006 - 21 15 horas.
Direitos Autorais preservados pela Ética que deve permear
todo meio de divulgação e reprodução.
Autorizado para a Ciranda Mentira editada no site abaixo:
http://www.paulofuentes.com.br/ciranda-025-mentira.htm

... Comportar-se com Ética é não temer julgamentos alheios e até mesmo, o julgamento de Deus. Mas temer o seu! É comportar-se com a mesma dignidade e respeitabilidade que exige dos outros. É dormir em paz na certeza do dever cumprido.
É caminhar e agir como se estivesse no escuro, acreditando apenas em si. *Emiele*

(Trecho escrito para minha monografia sobre Etica e Poder - PREPES/PUC/BH)

Retalhando a Alma – 2 ou retaliação da Alma

Retalhando a Alma–2 ou retaliação da Alma
*Emiele*

O fio da navalha envenenado e irreverente corta minha carne já doída,
e lentamente sangra minha mente que batalha entre os por quês e senões,
e perambula entre compartimentos povoados de razão e emoção.
Então decido que já não quero viver neste mundo de ilusão.
Já não me satisfazem mais os elogios e palavras que encharcam de vaidade meu ego ...
Nem os poemas amorosos e de paixão que me enlevam quando escrevo...
Nem seu carinho, atenção e doce chamego...
Nada disto tem mais valor no meu pensar.
Nada disto me contenta nem alegra neste instante.
Doravante, quero sangrar num corte verdadeiro a fleuma que hoje inflama e entope minhas veias!
Quero viver um amor real que me incomoda de verdade e me remexe e revira por inteiro
e rasga minhas vestes, me desnudando sem pudor nem piedade.

Oh, inconsciente, ditador de tanto engano!
Lava esta ferida que não sara e me corrói...
Sossega a agonia deste querer quase insano...
E faxina esta angústia e dor que me destrói.


Belo Horizonte - 21/09/2006 - 4:15 horas.
Acordo no meio da noite com isto na mente.Pego a caneta e transcrevo pro papel.
Continuas sendo meu querer... Por vezes, insano?

Velho e novo coração

VELHO E NOVO CORAÇÃO
*Emiele*

Quando abro a caixa onde cochilam sentimentos,
jorra um poço de emoção
como se um adormecido vulcão entrasse em erupção...
Jorram turbilhões de embargadas palavras de despedidas...
Lavas incandescente de desejos reprimidos...
E lágrimas que brotaram mas não deixei escorrer...
Meu coração sempre extravasou na hora tardia
e muita emoção segurou. Não por covardia,
mas tinha de se manter forte. Enfrentar sozinha
os desafios .E não desfalecer...

Esta caixa de lembranças antigas e recentes
guarda segredos deste coração que nunca deixou de amar
apesar de sofrer desilusão.
Na juventude, meu amor era platônico.
Tônico para suportar daqueles tempos, a repressão.
Na idade adulta, vivi com intensidade um amor real.
Casei, tive 4 filhos e me entreguei sem medidas.
Com o passar do tempo este amor sofreu mudanças...
E pela dor passou um tempo amordaçado...
E se hoje meu amor é virtual
não há diferença em sua essência.
É tão puro, intenso e verdadeiro, como o amor primeiro.
E faz pulsar acelerado este velho e jovem coração.
Pois o tempo passa, vão-se as ilusões.
Mas no coração da gente, o amor não envelhece.

Belo Horizonte - 22/02/2008 - 20:40 horas.

Tristes acordes

Tristes acordes
*Emiele*

Caminhando pela praia
absorta em pensamentos
e com saudades de ti
ouço ao longe o som duma guitarra
que chora em seus acordes
o choro que inunda meu coração...
Parei...
E na espuma das ondas
meus pés banhei...
Lavei minh'alma chorosa...
E em direção aos acordes
e embriagada de sons, caminhei...
Eras tu, que das cordas
arrancavas triste melodia...
E sem querer me afastar,
junto a ti fiquei...
Em teus abraços minha tristeza afoguei...
E docemente em carinhos
a ti me entreguei...
E em momentos de ternura,
amei-te.


Belo Horizonte, 01/06/2009 - 21:19 horas.
O fado português fala-me de amor. Apaixonam-me... Sempre!
Este poema foi inspirado na imagem e música.
Por favor, mantenha a autoria, música e a formatação
enviada a mim por Rosélia Martins - Lisboa -PT

Tão prosa é a rosa!

Tão prosa é a rosa!
*Emiele*

Pétalas tenras
e umedecidas da rosa
linda e perfumada
falavam sozinhas...
Tão prosas...
Quase me calei
e me envolvi em êxtase...
E saudade...
Seu cheiro e maciez
me fazem lembrar
de gente pequena...
Criança amorosa...
Pureza e encanto
se fundem e se aninham
na rosa...
As pétalas aveludadas
parecem trazer
os anos de infância
que cheia de sonhos
queria voar e alcançar
as nuvens do céu...
Quanta crença e inocência!
Hoje sei, nem tudo se alcança.
E lá se vão a plainar tal aves no céu
sonhos e esperanças...
E de olhos caídos,
descrentes e distantes
vejo o tempo correr
e me ofuscar a visão...
Sei que pouco vivi
mas já envelheci.
E impedir a velhice, é tolice.
É ilusão...
E só alegra ao médico cirurgião.


Belo Horizonte, 01/10/2009 - 14:14 horas.
Reg. digital nº: 57181

Nota: Este poema foi inspirado na obra da
artista e poetisa Edna Feitosa. Parabéns Edna!