sábado, 30 de janeiro de 2010

Teimosia de Amar

Teimosia de Amar
*Emiele*

A rumar sempre adiante, neste instante,
deparo-me no horizonte a palmilhar...
Deparo o mar.
Ah, este mar que em suas águas me emaranho
e embarga meu andar...
E agora, como atravessar?!
Enfrento os perigos e ponho-me num barco a remar,
ou rumo em direção ao vento, a ventar e me assombrar?
Ou quem sabe embarco num navio...
Talvez mais ágil em um avião?!
Aturdida, fico em meio à indecisão.
O certo é que há a percorrer longa distância...
E há tantos vazios neste meus caminhos
que ando obstinada a viajar
à cata de migalhas de carinhos.

Sinto-me por vezes impelida a seguir viagem e contigo estar,
ora a aquietar--me e conformar ficar.
E nesta dualidade de contraditórios sentimentos,
me rebelo e de repente tudo nego, o que na certa nem era pra negar.
Distâncias, obstáculos? Afirmo que não há.
Nada representa com certeza, e tudo tem pouca relevância,
quando a gente inventa esta forma inusitada de amar.
A teimosia é um elo forte a nos sustentar,
e nos conduz até onde chegaram nossos sonhos...
Pra só então pararmos de sonhar!


(EMIELE - Belo Horizonte, 07/04/2002 - 14 horas)