sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Retalhando a Alma – 2 ou retaliação da Alma

Retalhando a Alma–2 ou retaliação da Alma
*Emiele*

O fio da navalha envenenado e irreverente corta minha carne já doída,
e lentamente sangra minha mente que batalha entre os por quês e senões,
e perambula entre compartimentos povoados de razão e emoção.
Então decido que já não quero viver neste mundo de ilusão.
Já não me satisfazem mais os elogios e palavras que encharcam de vaidade meu ego ...
Nem os poemas amorosos e de paixão que me enlevam quando escrevo...
Nem seu carinho, atenção e doce chamego...
Nada disto tem mais valor no meu pensar.
Nada disto me contenta nem alegra neste instante.
Doravante, quero sangrar num corte verdadeiro a fleuma que hoje inflama e entope minhas veias!
Quero viver um amor real que me incomoda de verdade e me remexe e revira por inteiro
e rasga minhas vestes, me desnudando sem pudor nem piedade.

Oh, inconsciente, ditador de tanto engano!
Lava esta ferida que não sara e me corrói...
Sossega a agonia deste querer quase insano...
E faxina esta angústia e dor que me destrói.


Belo Horizonte - 21/09/2006 - 4:15 horas.
Acordo no meio da noite com isto na mente.Pego a caneta e transcrevo pro papel.
Continuas sendo meu querer... Por vezes, insano?