sábado, 30 de janeiro de 2010

Quem foi este nobre vagabundo?

Quem foi este nobre vagabundo?
*Emiele*

Quem castrou os teus desejos, meu amor!
Não fostes tu a permitir?
Será que enquanto sonhavas
Alguém de ti os arrebatou
Para que nada desejasses?!...

Quem castrou tuas fantasias
Para que não mais fantasiasses?
Quem tudo isto te roubou
Para que pensasses
De que nada vale o mundo?
Quem foi este nobre vagabundo?!...
E como em tua casa entrou?

Atendas pois o pedido que te faço:
Pois que rebeles, remendes e coles,
Pedaço por pedaço,
Das coisas que um dia te podaram.
Aí verás que fostes tu quem te castrastes,
Quem te podastes...
Fostes tu que deixastes de sonhar.
E ao ouvires o que te disseram,
Simplesmente, nada questionastes
Nem mesmo duvidastes e
Comodamente passastes a acreditar.

Então ainda há tempo.
E só há um jeito
Para que mudes esta consciência.
Enfrente teus defeitos.
Também teus medos e arremedos
Mas neste enfrentamento,
Tenhas contigo ternura e paciência.
E na imensidão deste teu poço fundo,
Terás de aceitar perder,
Parte do teu falso mundo.


(EMIELE - Ipatinga, 13/03/2002 - 3:30 horas)