segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Ter um muso...

Ter um muso...
*Emiele*

Ter um muso é sentir nas teias da emoção
o sangue poético pulsar quando dele estamos a falar
É ter alguém nos sonhos e na imaginação...
Despertar sabendo-o contigo em completa sintonia.
E sem ele, sentir angústia, mudez e nostalgia.
É sentir a vibração energética do instante,
e gotejar em cada poro, a poesia.
É sabê-lo ali constante, desejar alcançá-lo...
E ele se encontra bem distante!

É ter de si a mais cândida emoção...
Sentir completamente inteira.
E ao mesmo tempo, incompleta,
por não ter presente o objeto de nossos desejos.
É com ele iludir-se na solidão e de felicidade, inundar-se.
É desiludir-se e de infelicidade, transbordar-se.
É ter um coração de amor e de desejos inflamado,
e sob olhar extasiado, contentar-se.

O muso não é alguém que desejamos aprisionar,
mas alguém de espírito alado
que a todo instante está presente em nosso querer,
e nos ajuda a decifrar os enígmas
que emergem nas profundezas do ser.

Ter um muso é ter alguém que nos encanta a alma
e ao enamorar-se, encontrar reciprocidade
neste encantamento...
É amar alguém por amor a nós mesmos!
É poupa-nos dor, solidão e sofrimento.

Ter um muso é sentir-se de amor embriagada
e até meio alucinada!
É iludir-se que este amor está a seu alcance...
E ao mesmo tempo, sentir-se lúcida e sóbria,
e sem nenhuma chance, sentir
não ter seu muso, seu amor, nem nada!


Belo Horizonte - 20/03/2005 - 10:30 horas.
Direitos Autorais Reservados pela Ética que deve permear
todo meio de divulgação e reprodução.

Nota: Estas rosas foram fotografadas por meu muso em sua casa, Lisboa-PT. Divulguei a foto neste espaço e alguém aproveitou-as para fazer este belo fundo. Portanto, faço uso deste papel de carta com um certo quê de direito.
A autora.