sábado, 30 de janeiro de 2010

Maior-Idade

Maior-Idade
*Emiele*

Não sei se faço ou se desfaço.
Se visto e me protejo.
Se desnudo e me exponho.
Se ando ou permaneço imóvel
Se ouço ou continuo muda...
Numa consciência absurda!

Então reviro tudo e me faço avesso.
Se quero ser, faço. Transgrido. Aconteço.
E sem nó na garganta quando chego a noite,
deixo o ar entrar... Sinto-me liberta.
Livro-me do açoite.
Faço da vida uma rima
e sem olhar por cima
nem ficar no muro,
saio do obscuro.

Chego na Maioridade no poema.
Mas na vida, que desmando!
Fico quase só no mesmo tema.
E ao me estruturar,
vou tar-ta-ru-gan-do...


Ipatinga, 13 de maio de 2002.

Um tudo que é nada!

Um tudo que é nada!
*Emiele*


O arrebol
...O sol
......O vento
.........O calor
...........O suor
.............O trânsito
................O desgaste
...................A lida.

Depois...
...O entardecer
......O por-do-sol
.........O anoitecer
...........O frio
..............O arrepio
.................O medo
...................O sono
......................O sonho
.........................O cio...
............................Novos poemas!

Já não agüento essa rotina!
...Tenho a emoção por um triz.
......Insisto e invisto na vida
........pois ela sempre nos ensina...
.........E qualquer dia invento
............um jeito viável e prático
..............de ser feliz.

...Não tenho por perto
.......meu bem-querer.
..........Como há de ser?
............E se pra tudo há um jeito
...............mesmo que não seja
..................tal como o queria, perfeito,
....................o amor renasce todo dia
......................nos versos que ando a escrever.


Ipatinga, 16/04/2005 - 22:45 horas.
Direitos Autorais Preservados pela Ética que deve permear
todo meio de divulgação e reprodução.

Rítmos da Alma

Rítmos da Alma
*Emiele*

De música, embriaguei a alma... Exagerei na dose.
Não sinto enjôo nem repulsa.
E em minhas veias, apenas mais acelerado o sangue pulsa...
Embriaguei-me de sons dos mais variados tons.
Cambaleante e rítmica,
tristezas e solidão neste instante esqueço.
De sonhos povôo meu pensamento...
E minh'alma na fluidez musical, reabasteço.

Na sonoridade que ecoa pelo ar,
meu amor pela melodia suave se fortalece.
Manter fidelidade a este amor por ti, a mim prometo.
Ao êxtase me entrego em pleno enlevo...
Um poema escrevo...
E debruçada sobre notas musicais
adormeço o sono solitário dos imortais.

Acordo no dia que se segue e desta embriaguez
quero experimentar outra vez.
Mesmo em menores doses, me sinto mal...
Tonteio. É fatal e brutal o que na mente veio:
A música já não me serve de esteio.
Sou frágil e infeliz mortal.

Busco aquietar meu corpo e anestesiar a alma.
Dedilho musicalidade nas palavras...
Mas ao capturar imagens tuas,
transporto parte desta emoção sentida pro papel.
Sou arrebatada pela saudade...
Descubro-te um ser infiel.
Quanta crueldade!
Há veneno em tudo!
Sofre a poesia o amargor do fel.
Só eu sou a mim fiel... Minto.
Nem eu expresso verdadeiramente o que sinto.

Transporto-me para um lugar
onde tudo baila leve, livre, solto...
E de lá, juro que não mais volto.
Hei de viver tudo que no poema escrevi !
Se assim não for, de que valem
sonhos e esperanças acalentar
se não posso viver o que senti?

Belo Horizonte - 05/09/2004 - 14:00 horas.
Hora do habitual cochilo e relax...
Dedicada 'a música que me embriga, relaxa e adormece.

* * * * *

Quando escrevi o poema acima, havia passado horas inteiras
a ouvir músicas que meu muso me enviou gravadas no aparelho
MP3, modernidade da Europa, que não havia ainda chegado aqui.
Desconhecia o texto que foi a mim enviado pelo amigo Víctor Portela,
Por esta razão, envio para que leiam, pois vi que ando na direção certa.
Vivo embrigada da paixão que expresso nos poemas... É maravilhoso
este estado de embriaguês produtiva em que me encontro!

Eis o texto que recebi:

"Deve-se estar sempre bêbado. É a única questão.
Afim de não se sentir o fardo horrível do tempo,
que parte tuas espáduas e te dobra sobre a terra.
É preciso te embriagares sem trégua.
Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude?
A teu gosto, mas embriaga-te.
E se alguma vez sobre os degraus de um palácio,
sobre a verde relva de uma vala, na sombria solidão
de teu quarto, tu te encontras com a embriaguez
já minorada ou finda, peça ao vento, à vaga, à estrela,
ao pássaro, ao relógio, a tudo aquilo que gira,
a tudo aquilo que voa, a tudo aquilo que canta,
a tudo aquilo que fala, a tudo aquilo que geme.
Pergunte que horas são. E o vento, a vaga, a estrela,
o pássaro, o relógio, te responderão:
É hora de se embriagar.Para não ser como os escravos
martirizados do tempo, embriaga-te. Embriaga-te sem cessar.
De vinho, de poesia ou de virtude.A teu gosto..."

(Charles Baudelaire)

Música e letra

Música e letra
*Emiele*

Não quero saber
se há anos ou dias te espero.
Não quero saber
se acordada ou insone te quero.
Só quero saber que a hora é agora
e ansiosa te aguardo.
Oh, música de minh'alma!
Adentra meu corpo e acalma
esta ânsia e paixão
que arde em minhas entranhas e chão.
Não me faças esperar por mais uma pausa
sem ter justa causa.
Orquestre em mim teus acordes sonoros...
E saciado o desejo verei
que a música que hoje mais quero
é igual ao prazer de um beijo
sedento, ardente, eloquente
que a mim tenho negado.
E tudo mais que tenho me dado
em dó-ré-mi-fá-sol-lá-si
é pura ilusão que por anos a fio
me entreguei... me envolvi...
E na qual me perdi...
Não te vá. Fique junto a mim
tão somente e semente
plantada pra sempre!


Belo Horizonte - 21/10/2009 - 3:00
Acordo na madrugada com este poema na mente.
Para não perdê-lo, levanto e transcrevo no papel.

Mineirices gostosas de lembrar

Mineirices gostosas de lembrar
*Emiele*

Felizes os mineiros que ainda guardam na lembrança, mineirices dos tempos passados...
O café na chaleira... O trem Maria Fumaça...
Os casarões nas ladeiras das cidades centenárias, com flores trepadeiras caindo até a rua...
Um idoso de pele seca e enrugada, enrola seu cigarro de palha, sentado no banco da praça e proseando com um passante...
As reuniões familiares ao som do batuque e violão...
A brincadeira de roda e dança em plena rua de terra...
A estrada estreita e poeirenta a caminho da roça...
Em dia de festa religiosa, procissão com o santo em andor enfeitado...
Banda de música e foguetório ao amanhecer...
Festa do Divino e do Rosário com suas tradições milenares trazidas de sua origem...
Bailes beneficentes e quadrilha nas escolas...
Doces de goiaba em pedaços, cidra ou laranja da terra, em calda de rapadura...
Fogão a lenha, panela de barro fritando torresmos...
Ah, são tantas as tradições por Minas Gerais!
Ao visitamos lugarejos que preservam estas tradiçoes, sentimos que o tempo não correu... Vagueia pelas cercanias, tal como os rio... Formam cachoeiras... Banham as plantações das fazendas... Alimentam a criação... E demoram desaguar no mar.
Assim, é Minas Gerais com suas histórias, seu povo e tradições seculares.
Ser mineiro é ter muitas histórias pra contar. Ah, se é.
E eu sou assim, cheia de mineirices para recordar.

Belo Horizonte, 15/08/2009 - 22:00 horas.

Espera sem fim

Espera sem fim
*Emiele*

Luz tênue penetra os fios emaranhados da cortina...
Neste apartamento sombrio cumpro minha sina... Esperar.
Sinto desejo e na pele um suave arrepio...
Ando pelo apartamento sem rumo...
Mais uma noite chega e me encontra desequilibradamente apaixonada!
Sem esperanças de te encontrar, afasto-me do computador...
Não virás, eu sei.
Aperta-em no peito uma dor... Mas ficarei a te esperar...
Viver na ilusão de um dia ir a teu encontro é meu alento e tormento.
Perdoe minha fragilidade e este jeito maluco de gostar.

Belo Horizonte - August 23, 2009 5:13 PM

Insano amor

Insano amor
*Emiele*

Foi tanto meu amor por ti
que me esqueci de mim.
E ao revirar cada página
onde registrei em poemas
fase por fase desta paixão
percebo o quanto desatinei...
Quase fico louca,
por emoção tão pouca!
Ninguém experimentará por nós
a completa insensatez
com que decidimos viver.
E de volta á lucidez encontro
o equilíbrio e a razão
que perdi, quando me envolvi
nas chamas desta paixão.


Belo Horizonte, 12/09/2009 - 18:30 horas.

Impossível assim

Impossível assim
*Emiele*

Se te ter juntinho a mim não fosse tão difícil
já terias meus carinhos e aconchego ...
Conhecerias meu terno olhar e meu chamego ...
E saberias que imenso amor trago guardado,
para com ternura te entregar.
Bem sei, acolherias em teu regaço
meu corpo, já cansado de esperar...
E chegando o fim desta longa espera,
eu viveria somente pra te amar.
Dos meus beijos cheios de carícia,
sei que gostarias... E até me pedirias
pra beijar-te mais ainda...!
Então, eu te diria sem temor
que se soubesse que me tens amor,
meus medos sem razão seriam
e junto a ti há muito tempo eu já estaria...
E tua amante para sempre eu seria.
Juntos haveríamos de seguir
desnudando o céu das madrugadas...
E banhados de luares e estrelas
deitaríamos num manto de flores
do seu jardim, onde abraçados dormiríamos.
Ah, meu amado, se não fosse difícil
tanto tempo por ti esperar,
esta distância não teria importãncia
e nem no peito eu sentiria tanta ânsia...
...

E por ser tudo entre nós tão impossível e complicado,
seguirei meus dias a falar deste desejo que persiste
e como teimosia, dele não desisto.
E por não saber esta distãncia encurtar,
confesso que volto a sentir medo de alimentar
por tanto tempo um desejo delirante...
Então, declaro mais uma vez, que doravante,
prefiro que sejas meu amado amigo...
A ser meu sonhado e único amante!


Belo Horizonte, 17/08/2009 - 22:28 horas.

Grito Silencioso

Grito Silencioso
*Emiele*

Há tantas formas de falar
Tantas formas de expressar
De silenciar... E de gritar.
Vozes que ecoam na escuridão
Clareando a visão.
Vozes ininteligíveis
Indecifráveis
Vozes arrogantes nem sentido
Mas seu eco é sempre temido.

Opto pela fala dócil e delicada.
Opto pela fala cuja raiz está no coração.
Pela fala silenciosa em forma de ação.
Elas falam mais alto que qualquer palavra dita.
Que qualquer voz aflita.
Que qualquer grito na multidão.


Belo Horizonte, 06/06/2006 - 20:40 horas.
Autorizado para a Ciranda - O grito que não se cala
E também autorizada para a Ciranda - O Grito -
coordenada por Raquel Caminha.

Ganhos reais

Ganhos reais
*Emiele*

A observar a magia do arco-íris
solitário pássaro fica inerte sobre o muro...
Ao olhar as maravilhas da natureza
reproduzidas pelo computador
fico inerte sobre uma cadeira...
Quem tem maior ganho?
E a resposta vem imediata.
Levanto e abro a janela
pois acabou de chover
e lá fora pode haver um arco-íris...

Precisamos viver realidades!


Belo Horizonte, 15/09/2009 - 16:30 horas.
Registro Digital Nº 19544

Entre lágrimas e risos

ENTRE LÁGRIMAS E RISOS
*Emiele*

Choram meus olhos no quarto bem baixinho...
Enquanto na sala de tv e no quarto de meus filhos
há um ruído ensurdecedor de um rock infernal.
Se abro a porta, meu coração e emoção levam um soco!
Quem sabe se parasse com este velho choro
e buscasse quem me desse algum consolo, fosse o ideal?
Mas não saio do quarto. É aqui que reencontro
minha essência e espiritualidade.
Espiritualidade cultuada e suada! Pudera!
É forçada e amalgamada a sangue, ferro e choro!
Pois minha índole é viver da carne o pleno gozo,
até todo este desejo saciar e consumir...
Se por educação, força do caráter, temor a Deus,
ou sei lá se por amor, sublimo tudo.
Canalizo para um texto, poema ou canção
parte deste contexto, e me iludo.
Penso no amor que nutro por ti...
E me sinto leve como um colibri.

... Abro a porta do quarto e saio cantarolando.
Ainda há pouco estava num canto acuada,
a rejeitar minha desventura...
E de tanto conviver com a loucura fui contagiada.
Como observadora constato esta verdade:
Ser louco tem suas vantagens.
E como eles sabem fazer chantagens!
A eles tudo é permitido.Tudo é aceito.
Dão sempre um desconto. É louco.
E vivem noutro mundo... Noutra realidade...
Então qualquer dia dou uma de louca e pronto!
Hei de encontrar do meu equilíbrio, o ponto.
O ponto entre a loucura e a sanidade.

Ipatinga - 24/04/2005 - 18:45 horas.
Direitos Autorais preservados pela Ética que deve permear
todo meio de divulgação e reprodução.

Razões e Irracionalidades

Razões e Irracionalidades
*Emiele*

Por que me permiti ouvir-te
não me calei e resisti?
Por que aceitei os teus carinhos,
não me ocultei, e me afastei
dos teus caminhos?

Por que só agora quero saber?
Era tudo tão bonito, não é verdade?
Vencíamos juntos, toda e qualquer impossibilidade.
Perguntas e respostas explodem
e se misturam dentro do coração...
Não há como explicar em meio à tanta emoção,
a verdadeira e única razão.

O que me brota no âmago do ser,
É que havia um vazio sem tamanho
lentamente me devorando...
Não mais a solidão suportando, aceitei
todo e qualquer carinho que de ti viesse...
E foi apenas isto o que me destes.

Podes ficar em paz.
Nenhuma culpa tivestes.
Não houve manipulação,
nem percebi má intenção.
Bem sei que tudo que me destes,
Fizestes com toda pureza que existe
Em teu terno coração.


(EMIELE - Ipatinga, 03/09/2002 -14:05 horas)

Novos rumos

Novos rumos
*Emiele*

Já não te quero
Nem mais te espero
Não te desejo
Nem sinto ânsia.
Nem penso em ti.
Do que se refere a ti
Quero distância.
Nada mais que nos unia
Passa a ter importância.

Não sei pra onde ir...
Mas estou certa,
de que desejo para longe partir.
Irei para algum lugar,
e nada há de me impedir.
Estou em desatino.
Creio que isto é normal
em qualquer ser humano,
quando quer mudar seu rumo,
seu destino.

Do que restou de nós nada sei.
Sei do que quero
e faço breve resumo:
Não quero mais sentir no peito,
opressão.
Não quero mais viver
de ilusão.
Nem ouvir senões,
talvez... nem ses...
Nada de impossibilidades,
Quero a certeza dos sins.
Ainda que firam,
que sejam ruins.
prefiro-os à inverdades
e falsidades.

Eis aí minhas vontades:
Quero alguém que me abrace forte.
Faça tremer e arrepiar meu corpo
de sul a norte...
Que vibre comigo na mesma sintonia
E permaneça junto a mim.


(EMIELE - Ipatinga, 03/09/2002 - 0:40 horas)

Teimosia de Amar

Teimosia de Amar
*Emiele*

A rumar sempre adiante, neste instante,
deparo-me no horizonte a palmilhar...
Deparo o mar.
Ah, este mar que em suas águas me emaranho
e embarga meu andar...
E agora, como atravessar?!
Enfrento os perigos e ponho-me num barco a remar,
ou rumo em direção ao vento, a ventar e me assombrar?
Ou quem sabe embarco num navio...
Talvez mais ágil em um avião?!
Aturdida, fico em meio à indecisão.
O certo é que há a percorrer longa distância...
E há tantos vazios neste meus caminhos
que ando obstinada a viajar
à cata de migalhas de carinhos.

Sinto-me por vezes impelida a seguir viagem e contigo estar,
ora a aquietar--me e conformar ficar.
E nesta dualidade de contraditórios sentimentos,
me rebelo e de repente tudo nego, o que na certa nem era pra negar.
Distâncias, obstáculos? Afirmo que não há.
Nada representa com certeza, e tudo tem pouca relevância,
quando a gente inventa esta forma inusitada de amar.
A teimosia é um elo forte a nos sustentar,
e nos conduz até onde chegaram nossos sonhos...
Pra só então pararmos de sonhar!


(EMIELE - Belo Horizonte, 07/04/2002 - 14 horas)

Minha Oração Diária

Minha Oração Diária
*Emiele*

Deus, infinitamente poderoso!
Deixa num canto minha emoção
E dá-me a necessária concentração,
Para que eu possa captar a Tua energia...
Para que eu possa me alegrar
Com Tua presença, todo dia.
Faça fluir em mim, a menor partícula
Da Tua infinita sabedoria.
Dá-me Senhor, isto que lhe peço.
E que no cumprimento da minha missão,
Eu seja humilde o suficiente
Para Te reconhecer em todas as minhas glórias.
E forte o bastante,
Para que eu possa acolher nos braços
A fragilidade do meu Irmão...
Sem reclamar do meu cansaço.


(EMIELE - Ipatinga, 18/01/2002)

Ter Namorado Virtual

Ter Namorado Virtual
*Emiele*

Ter namorado virtual é...
Saber que alguém participa com interesse
Do seu cotidiano, e com simplicidade nos gestos,
Demonstra carinho e afeto.

Querer deitar a seu lado e perder horas, bem juntinhos.
Ter quem gosta da sua companhia, e ainda que virtual,
desfrutar juntos, todos os dias, momentos de alegria.
E escrever como numa novela, capítulos emocionantes,
cheios de artimanhas e façanhas...

Saber com alegria você é esperada,
naquele encontro diário marcado.
Abordada, com um toque especial de carinho,
Quando o que ele precisa, é de atenção e colinho...
Ficar a imaginar o que ele anda a fazer,
e quando juntos, ter coisas agradáveis pra dizer e ouvir.
E sempre sentir o desejo de conquistar e seduzir.
Ter projetos e sonhos em comum.
E ainda que admirem e percebam as coisas
sob ótica diferente, saber olhar sempre em frente.
E finalmente...
Ter Namorado Virtual é...

Ter a vida repleta de bombons, sorvetes,
tortas, pudins, doces, salgados, licores, vinhos,
champagnes, e tudo mais que for gostoso.

Saborear um pouco de cada coisa, todo dia!
E sem nunca sentir aquele ''gosto amargoso''...
Não engordar nem ficar enjoada,
e expressar este sabor na poesia.
Namoro virtual é mesmo uma delícia!!!
E ainda há quem, só veja nele malícia.


(EMIELE - Ipatinga, 06/06/2002-17:30 horas)

Quem foi este nobre vagabundo?

Quem foi este nobre vagabundo?
*Emiele*

Quem castrou os teus desejos, meu amor!
Não fostes tu a permitir?
Será que enquanto sonhavas
Alguém de ti os arrebatou
Para que nada desejasses?!...

Quem castrou tuas fantasias
Para que não mais fantasiasses?
Quem tudo isto te roubou
Para que pensasses
De que nada vale o mundo?
Quem foi este nobre vagabundo?!...
E como em tua casa entrou?

Atendas pois o pedido que te faço:
Pois que rebeles, remendes e coles,
Pedaço por pedaço,
Das coisas que um dia te podaram.
Aí verás que fostes tu quem te castrastes,
Quem te podastes...
Fostes tu que deixastes de sonhar.
E ao ouvires o que te disseram,
Simplesmente, nada questionastes
Nem mesmo duvidastes e
Comodamente passastes a acreditar.

Então ainda há tempo.
E só há um jeito
Para que mudes esta consciência.
Enfrente teus defeitos.
Também teus medos e arremedos
Mas neste enfrentamento,
Tenhas contigo ternura e paciência.
E na imensidão deste teu poço fundo,
Terás de aceitar perder,
Parte do teu falso mundo.


(EMIELE - Ipatinga, 13/03/2002 - 3:30 horas)

Receita para ser Feliz

Receita para ser Feliz
*Emiele*

De buscar alegria em coisas simples da vida,
Todos sabem de cor.
Mas nem todos sabem atrair
Para si, o que há de melhor.
Dou-lhe minha receita.
Não tem contra-indicação
E faz bem ao coração:

Viva como as flores.
Exale seu perfume,
Brilhe em suas cores.
Sorria no espelho
No primeiro olhar do dia,
E diga para você,
Coisas que seu ego
Gostaria de ouvir.
E como resposta
Há de escutar
Uma voz suave falar:
Amo você!
Não se assuste
Nem tenha medo...
Nem espere alguém
Pra isto lhe dizer,
Pois a voz de amor,
Que deve ouvir,
Há de primeiro sair,
De dentro de si...


(EMIELE - Ipatinga, 18/06/2002 - 9:00 horas)

Escute seu Silêncio

Escute seu Silêncio
*Emiele*

Para a dor profunda da alma,
O eficaz remédio,
Que me acalenta e acalma
É recolher-me num canto
E em silêncio,
Banhá-la com meu pranto...
Lentamente...Pausadamente...
Sem nenhum desespero.
Num cerimonial
Feito com todo esmero.
E o amanhã quando clareia,
Minha alma vem à luz do dia,lavada,
Lágrima escorrida, enxugada,
Pra de verdade sorrir,
E expressar a natural alegria
Que emerge de dentro de mim.
Sem máscaras. Sem mentir.


(MARIZA LENIR - Ipatinga, 19/11/2001 - 22:30 horas)

Acalento Sonhos

Acalento Sonhos
*Emiele*

Antes de meu sonho realizar,
Eu vejo e escuto o mar
Que sem piedade,
Bate tempestuosas ondas no cais...
Ah, este mar
Que tanto me assusta
E atrai...
E ter de atravessá-lo
Para ir vê-lo,
Me atrai inda mais!
Quantas noites contarão
Que pouco dormirei?!
Quantos desejos somarão
Que não os satisfarei?!
Quantas lágrimas rolarão,
Por noites que sozinha,
Ainda ficarei?!
Por que não desistir
Destes sonhos
E lhe esquecer?!
Por que tanto padeço,
Se posso um caminho mais fácil
Escolher?!...
Urge que trabalhe arduamente,
Para que este sonhar aconteça.
Urge acreditar que eu e você,
Viver plenamente este sonho,
Também mereça.
Urge que o amor em meu peito,
Nunca adormeça.
Urge que você,
Com o passar do tempo,
Também não me esqueça...
E quando juntos,
Ao deixar lá fora o mundo,
Fecharemos os olhos...
Emocionados e quase mudos,
Viveremos o acalentado sonho
Que um dia nos foi tudo!


(MARIZA LENIR - *Emiele* - Ipatinga, 22/05/2002 - 17:19 horas)

Sonhos que lhe dou

Sonhos que lhe dou
*Emiele*

Meus sonhos nunca têm um fim.
Vou versando em sonhos
o que até de olhos abertos vou sonhando...
O sonho de mim.
E quem dera vivesse tudo quanto sonho!
A realidade deles me arrebata com sofregüidão,
me dizendo que nesta idade
não cabe mais sonhar...
Vai-se a ilusão.
Será mesmo verdade?!
Mas ninguém me priva deste meu direito.
Logo me recomponho, renovando os sonhos,
e sonho de todo jeito.
Pois fazer o quê, se sonho com arte,
e deles sempre tiro a melhor parte
e vivo do que sonho?

Só não ponho meus sonhos
nas mão de ninguém...
Pois se desacredita,
meus sonhos interdita
e me olha com desdém.

E feliz é quem, na idade madura,
tem na alma a candura,
guardada por sonhos...
Ao torná-los realidade,
o prazer que experimenta
a nada se iguala...
Só ao que na fantasia imaginou
e com prazer sonhou.

...E são sonhos, meu amor,
que todo dia ainda lhe dou.
Com eles seu coração toquei,
e você de mim nunca mais se afastou..
Eu os persegui...
Em realidade os transformei
e ao lado seu, vivi!


Ipatinga, 24/06/2002 -17:30 horas.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Amar Bonito

Amar Bonito
*Emiele*

Ah, este amor que grita
E me desnuda,
Ao percebê-lo tão sublime,
Deixo-me ficar estarrecida e muda...
Se amo tanto um Homem
Que aos olhos meus não vejo,
E sinto vontade
De em seus braços estar,
Num desejo que só deseja amar,
Quero este amor,
Em meu corpo materializar,
E a este Homem faço endeusar...
Será que ele atende,
De onde eu lhe chamar?!...
Não creio por estar casada
Apenas num papel
Cometa ato profano
E cruel.

Quero satisfazer com ele
Meus caprichos,
E em seus braços dormir
E despertar.
Ah,viver longe de quem a gente ama,
É que triste,cruel e desumano!

Que Deus então se regozije
Por eu ter este lado
Tão sincero,
Expressando este amor,
Que é tudo que desejo e quero.
E ao doá-lo ao Ser Humano,
Ao divino, o meu amor se assemelha?
E ao construí-lo assim bonito,
No Seu infinito amor,
O meu amor se espelha?


(*EMIELE* - Belo Horizonte, 04/04/2002 - Tarde de quinta-feira)

Sons do Amor

Sons do Amor
*Emiele*

O amor tem vozes e sons
Que se expressam
Em vários tons.
Grita quando tristonho,
É sibilante,risonho
E tem sussurros também.
Mas silencia no peito
Quando juntinho estamos
Daquele que muito amamos
E entre abraços e beijos,
Sussurramos no ouvido:
Quero-te tanto bem...


(MARIZA LENIR - *Emiele* - Ipatinga, tarde de 18 de março/2002)

Círculo Imortal

Círculo Imortal
*Emiele*

Morre-se um amor.
Vão-se os sonhos.
Nasce à dor, a paixão,
O desilusão e o desamor.
Vem a saudade
Que sem pedir licença
Se instala num peito
E explode, gritando só ausências.
Cresce a nostalgia,
Dá uma agonia...
Morre a poesia.
Ninguém quer saber
Mas há morte do ser.
Decreto então:
Que morra tudo
Com a morte de um amor!
Que nasça outro amor
Bem novinho!
Que traga novos sonhos,
Novas ilusões,
E a presença do ser amado,
Bem juntinho!
Que tenha saudades amenas
E distâncias pequenas.
Que se criem esperanças.
Que transbordem alegrias.
Que no silêncio,
O corpo fique mudo
E que haja um tempo
Para avaliar.
Que não haja tropeço
No recomeçar.
E neste círculo do amor imortal,
Vou rodopiando,
Num ritmo igual.
Sigo a vida amando,
De modo desigual.


(MARIZA LENIR - Ipatinga, 02/03/2002 - 17 horas).

De Mãos no Bolso

De Mãos no Bolso
*Emiele*

Nascemos, crescemos e ao atingirmos a
"Maioridade da Razão",
Lá pelos 30 anos, (pra uns nunca chega; outros,
Chegam mais cedo), descobrimos que temos dois bolsos...
Em um, carregamos um pouco do pó de que fomos feitos.
Em outro, partículas de Sabedoria Divina.
Quando estamos prepotentes,
Procuremos o bolso onde está o pó
De que fomos construídos...
Sejamos mais humildes.
Quando muito pra baixo, angustiados,
Procuremos o bolso onde está
A Sabedoria Divina, na certeza de que,
Com apenas uma partícula, podemos,
Com nosso esforço, conquistar tudo
Que necessitamos e desejamos.

Entre um bolso e outro,
Busquemos sempre colocar as mãos
De forma equilibrada,
Já que temos o livre arbítrio para escolher
Em qual deles procurar as coisas,
Para viver em harmonia com o Planeta
E seus habitantes.
Torço para que tenha encontrado este discernimento,
Bem mais jovem que eu e divulgue esta mensagem.


(MARIZA LENIR - Ipatinga,28/02/2002).

Jamais coloque (...)

Jamais coloque seus sonhos e esperanças em mão alheia.
Ela poderá decepcioná-lo. Os sonhos e esperanças devem ser livres
E habitar apenas o espírito de quem sonha e espera.
Assim, a única pessoa que pode deter seus sonhos
E esperanças é você e... Deus.


(EMIELE - 15/03/2002)

Tenho Luas

Tenho Luas
*Emiele*

Necessito por vezes
Sair do comum, do corriqueiro,
Em busca do tudo, do nada,
Do falso ou verdadeiro.
De ficar nua
E correr pra rua.
De vestir a roupa
Que não a minha...
A dela, a da outra, a sua.
De encontrar a pessoa certa
Ou a errada.

Tem vez que penso
Entoar um canto novo,
Envolver com o povo,
Ser anônima na multidão.
Mas depois me silencio
E feito fera, fêmea,
Me recolho no cio.

Tem vez que saio do trilho,
Me encho de brilho
E me coloro a alma.
Tem vez que me agito assim...
Depois, tudo em mim se acalma.

Tem vez que preciso
Experimentar de tudo.
Quero provar,
Tocar,
Pisar naquele chão,
Deitar naquela cama,
Rolar naquela lama...
Era lama?! Era nada.
As pessoas nos deixam amedrontadas.
Dão idéias falsas
Das coisas.
Tenho curiosidade.
Tenho fome de viver.
Quero fazer em mim
Gritar - o mudo.
Tenho de tirar a prova
De tudo!
E depois de cada experimento
Eu sou mais eu.
E a lua é nova...


MARIZA LENIR - Ipatinga, 11/03/2003 - 17:43 horas).

Onde está você?!

Onde está você?!
*Emiele*

Sinto respirar
O mesmo ar que você.
Mas onde está,
Que não mais podem
Meus olhos lhe alcançar?

Onde está,
Que não podem mais,
Minhas mãos lhe tocar?

Onde está,
Que já não posso mais sentir
Seu corpo
Junto ao meu, suar?

Será mesmo que esteve
Em meus braços...
Que alivie meu cansaço
Depois de tanto lhe esperar?!...

Se foi um sonho,
Dele me recomponho.
Mas tenho ainda no corpo,
O seu cheiro...
Nosso encontro foi real,
Verdadeiro.
Mas sempre me deixa assim.
Vem. Com seu carinho
Me aquece
Depois me esquece.
Desaparece...
Fico só. Não lhe esqueço.
Entristeço.
E de saudades, quase enlouqueço!


(MARIZA LENIR - Ipatinga, 25/03/2001 - 22 horas)

Amar na Idade Madura

Amar na Idade Madura
*Emiele*

Ao amar na idade madura,
aflora em nós a calma...
O ser amado se torna a razão da nossa emoção e felicidade.
Reflete em nós a beleza e a virtude da almaque brilha,
todos os brilhos da mocidade.
Ele se torna nosso escudo.
Anjo protetor...
E os desejos afloram,
como uma sementeira em flor.
O amor maduro é tão cheio de ternura,
tão simples, leve e lindo em si,
que vejo nele o colorido e matizes,
das asas de um colibri.
Embora às vezes embotado,
roto em sua beleza,
e por vezes, de tristeza carregado,
tenho tido com ele paciência,
pois não perdendo de todo sua essência,
ele emerge sempre renovado.
E posso afirmar com certeza,
que ao amar na idade madura,
aprendi a extrair da vida, a beleza
e da juventude, a suavidade e frescura.


(MARIZA LENIR - *Emiele* - Ipatinga, 19/06/2002 - 13:20 horas)

Lidando com perdas

Lidando com perdas
*Emiele*

Nao quero ter mais nada
nem ninguém.
Não quero ter filhos,
nem amigos,
nem namorados!
Nem casa, nem emprego,
nem dinheiro, nem bichos,
nem plantas, nem flores,
nem prestígio.

Para cada ''ter'' exige um ''ser''...
Ser carinhosa, cuidadosa, afetuosa.
Esforçada, dinâmica, dedicada.
Virtuosa, decente, prudente,
paciente, providente,
e por aí afora...
Não quero ser dona de nada
nem de ninguém!
Até pra ser dona de mim
dá um trabalho danado!!!
Juro! Nada quero ser nem ter!
Quero simplesmente...Viver !
E o pior é que ando triste
e a dor insiste
em me querer...
Que droga!!!
O tempo correu...
A vida hoje parou.
Meu cachorro morreu.
Não quero pêsames!


(MARIZA LENIR - Ipatinga,14/10/2001 - 15:00 horas)

Em busca do real

EM BUSCA DO REAL
*Emiele*

Vai... Procura o que está tão vivo nos teus sonhos...
Segue sempre em frente com passos firmes e decididos...
Mas lembra-te de em alguns momentos olhar para trás,
visualizar o percurso que já venceu...
Ele tem tuas marcas.. Ele faz parte da tua história...
Nele vais encontrar as lições que já aprendeu...
Ele não deixará que te esqueça dos questionamentos
para os quais, nesse momento, busca respostas...

Vai...teu objetivo está além da linha do horizonte...
A caminhada é longa... Nem sempre as flores estarão presentes,
colorindo a paisagem...
Mas vai...
Lembra do que está tão vivo nos teus sonhos...
Lembra de que os sonhos são teus projetos de vida
e que só de ti depende torná-los tua realidade...

Vai...
e se acaso encontrar durante tua caminhada
alguém que está sendo vencido pelo cansaço,
fala dos sonhos... fala das realizações...mas fala principalmente
da felicidade... Que se encontra além da linha do horizonte...


(MARIZA LENIR)

Vozes da alma

Vozes da alma
*Emiele*

Acordo cedo.
Levanto e abro a janela.
Vejo o tempo feio, mórbido,
mortífero.
Me dá um certo medo...
É como se alguém tivesse
partido ou morrido
e muita tristeza me desse.
Volto pra cama.
Sei que não há tempo feio.
Ninguém partiu nem morreu.
Na realidade,
minha hospedeira alegria,
sem saber o porquê,
simplesmente partia.
E a tristeza, ousadamente,
seu espaço invadia,
me dando ...''Bom dia''!!!

Cínica...Bom dia pra que?!
Com tristeza, a vida não pode ser.
Não há mais beleza nem leveza.
Resta apenas a certeza,
de que um fardo pesado
será arrastado...

Reluto e decido:
-Não te quero comigo. És uma intrusa !
Instalas. Ris de mim.Abusa?!
Por que insistes em não partir?!
Vai-te embora. Agora !!!
Convencida, ela sai batendo a porta
sem se despedir.
Tomara não encontre onde ir.
Pois que desapareça !
E de mim também, esqueça !
Tristeza comigo não fica.

Volto a me olhar no espelho.
Algo de dentro aconselha:
-Sorria...Você fica bem sorrindo...
E em seus olhos um sorriso espelha.

Sigo meu conselho.
Trago a alegria de volta.
E de dentro ouço outra voz que me diz:
-Você sabe ser feliz. Sabe ser atriz.
E jamais deixará de ser aprendiz!


(MARIZA LENIR)

Mãos que Amam

Mãos que Amam
*Emiele*

Esta mão que você vê agora,
poderia dar-lhe um adeus
e ir embora.
Mas ela veio pra ficar
e lhe fazer lembrar,
o quanto já lhe acariciou,
sua emoção, com ternura tocou,
e sua lágrima,
à distância, enxugou.

Ela queria estar hoje
a tocar sua mão,
com emoção,
e lhe transmitir o calor
que emerge de todo meu ser.
Neste simples gesto de amor,
nesta simples forma
de querer.


(MARIZA LENIR, 23/01/2002 - 16:20 horas)

Construindo nossa casa acima do mundo...

Construindo nossa casa acima do mundo...
*Emiele*

Ao ouvir esta música italiana que gostava de cantar
quando muito jovem, passei a pensar...
Como construir nossa casa acima das coisas do mundo?!...
Acima do desamor, do ódio, do egoismo e de outras coisas
que a torna vulnerável 'as adversidades?!...
E a resposta me veio assim:
Só com suas bases alicerçadas no Amor,
na Perserverança,
na Abnegação,
no Perdão,
na Compaixão
e na Fé, é que
nossa casa será suficientemente forte para suportar
qualquer intempérie que possa abatê-la.

E por mais que estejamos acima das coisas do mundo
na busca do aperfeiçoamento espiritual, ainda assim,
temos de ser humildes o suficiente, para aceitar que,
acima de nós, está Deus.
Um Deus que nos dá provas todo dia
de seu amor ilimitado e incondicional.
Um Deus que jamais deixará de nos acolher,
se porventura tivermos cometido um erro
e nossa casa desabar...

Em nossa casa mora um ser especial ...nós...
com todas as falas que nos habitam...

Que sejamos mais cautelosos com nossa morada,
amando-a e decorando-a com coisas que têm real valor,
não nos permitindo contaminar pelo materialismo
estúpido dos tempos atuais.
Eu também me esforço...
É um caminho difícil, sei,
mas vale tentar.


(MARIZA LENIR, IPATINGA, 04/02/2002 - 22 horas)

E de repente, perdemos o controle do tempo...

E de repente, perdemos o controle do tempo...
*Emiele*

Um dia dormi pensando que teria muito tempo de vida para fazer coisas que gosto. Teria, talvez, mais de 30 anos ainda pela frente, pois minha mãe tem 89 anos e está viva. Que meus amigos seriam também premiados pela longevidade, e então, tería muito tempo para lhes abraçar, para reafirmar que os amava, demonstrar isto em gestos de carinho, como lhes telefonar ou lhes envia flores no aniversário, ou , fazendo-lhes uma surpresa com minha visita. Portanto, não tería aquilo que chamamos pressa , para fazer nada destas coisas.
Há um tempo que temos de correr. Corremos para o trabalho, para dar conta de tudo no prazo certo, no trânsito para chegar em casa e descansar, ver o telejornal ou novela, ou acessar o correio e responder mensagens. Corremos para ir ao médico ou ao dentista, ou àquela reunião imprescindível. Afinal, mesmo depois dos filhos já criados e aposentarmos, ainda corremos. Mas há um outro tempo, que achamos ser desnecessário correr, como é o caso, o tempo de fazer uma visita aos amigos, de dar um telefonema para saber como estão ... E também, não poderia esquecer, o tempo para namorar, beijar e abraçar quem gostamos.
Este tempo vamos adiando... Pensamos sermos imortais.
Até que numa manhã, abro meu correio e recebo a notícia de que, uma gande amiga virtual, quase real, companheira e confidente via correio e telefone, havia morrido de enfarto, no início da noite... Num raio de segundos, percebo que já não tinha mais tempo de quando viajasse até ao Rio de Janeiro, ir conhecê-la...
Naquele momento, acho que envelheci todos os anos que passei acreditando ser dona do tempo... Caiu sobre mim os anos e a impotência de lutar contra ele... Foi então, que descobri que meu tempo é aqui e agora! Que tenho de viver da melhor forma, alegrar-me, ser feliz, e fazer as pessoas que amo também assim. De cantar e dançar, viajar, abraçar e namorar. Numca sabemos o dia em que seremos chamados pelo Pai.
Então, amigos, vamos fazer o que está a nosso alcance agora!
Receba estas flores...

Receba meu abraço...
Receba minha oração pela sua vida...
Receba meu gesto de afeição...
Receba estas palavras como meu desejo
de viver o hoje, o aqui e o agora.
Obrigada Deus, por estarmos vivos!
Com um amoroso e fraterno abraço,

*Emiele*

A Mentira

A Mentira
*Emiele*

A mentira é um brilhante capuz
e quem o experimenta
num breve instante, reluz.
E se envaidece neste vício,
e até esquece que é uma veste
ocultando a mediocridade.
Mas quando emerge a verdade
na transparência da luz,
o brilho enganoso se apaga
e deixa o mentiroso sem fala...
Ele se esconde e se cala
na gruta da escuridão
pois não aceita perder
sua (in)sensata razão.
Demonstra por A mais B
que a mentira é ingênua.
E quem mente, o faz por pena...
Não quer ver o outro(?) sofrer.


Belo Horizonte - 11/06/2006 - 21 15 horas.
Direitos Autorais preservados pela Ética que deve permear
todo meio de divulgação e reprodução.
Autorizado para a Ciranda Mentira editada no site abaixo:
http://www.paulofuentes.com.br/ciranda-025-mentira.htm

... Comportar-se com Ética é não temer julgamentos alheios e até mesmo, o julgamento de Deus. Mas temer o seu! É comportar-se com a mesma dignidade e respeitabilidade que exige dos outros. É dormir em paz na certeza do dever cumprido.
É caminhar e agir como se estivesse no escuro, acreditando apenas em si. *Emiele*

(Trecho escrito para minha monografia sobre Etica e Poder - PREPES/PUC/BH)

Retalhando a Alma – 2 ou retaliação da Alma

Retalhando a Alma–2 ou retaliação da Alma
*Emiele*

O fio da navalha envenenado e irreverente corta minha carne já doída,
e lentamente sangra minha mente que batalha entre os por quês e senões,
e perambula entre compartimentos povoados de razão e emoção.
Então decido que já não quero viver neste mundo de ilusão.
Já não me satisfazem mais os elogios e palavras que encharcam de vaidade meu ego ...
Nem os poemas amorosos e de paixão que me enlevam quando escrevo...
Nem seu carinho, atenção e doce chamego...
Nada disto tem mais valor no meu pensar.
Nada disto me contenta nem alegra neste instante.
Doravante, quero sangrar num corte verdadeiro a fleuma que hoje inflama e entope minhas veias!
Quero viver um amor real que me incomoda de verdade e me remexe e revira por inteiro
e rasga minhas vestes, me desnudando sem pudor nem piedade.

Oh, inconsciente, ditador de tanto engano!
Lava esta ferida que não sara e me corrói...
Sossega a agonia deste querer quase insano...
E faxina esta angústia e dor que me destrói.


Belo Horizonte - 21/09/2006 - 4:15 horas.
Acordo no meio da noite com isto na mente.Pego a caneta e transcrevo pro papel.
Continuas sendo meu querer... Por vezes, insano?

Velho e novo coração

VELHO E NOVO CORAÇÃO
*Emiele*

Quando abro a caixa onde cochilam sentimentos,
jorra um poço de emoção
como se um adormecido vulcão entrasse em erupção...
Jorram turbilhões de embargadas palavras de despedidas...
Lavas incandescente de desejos reprimidos...
E lágrimas que brotaram mas não deixei escorrer...
Meu coração sempre extravasou na hora tardia
e muita emoção segurou. Não por covardia,
mas tinha de se manter forte. Enfrentar sozinha
os desafios .E não desfalecer...

Esta caixa de lembranças antigas e recentes
guarda segredos deste coração que nunca deixou de amar
apesar de sofrer desilusão.
Na juventude, meu amor era platônico.
Tônico para suportar daqueles tempos, a repressão.
Na idade adulta, vivi com intensidade um amor real.
Casei, tive 4 filhos e me entreguei sem medidas.
Com o passar do tempo este amor sofreu mudanças...
E pela dor passou um tempo amordaçado...
E se hoje meu amor é virtual
não há diferença em sua essência.
É tão puro, intenso e verdadeiro, como o amor primeiro.
E faz pulsar acelerado este velho e jovem coração.
Pois o tempo passa, vão-se as ilusões.
Mas no coração da gente, o amor não envelhece.

Belo Horizonte - 22/02/2008 - 20:40 horas.

Tristes acordes

Tristes acordes
*Emiele*

Caminhando pela praia
absorta em pensamentos
e com saudades de ti
ouço ao longe o som duma guitarra
que chora em seus acordes
o choro que inunda meu coração...
Parei...
E na espuma das ondas
meus pés banhei...
Lavei minh'alma chorosa...
E em direção aos acordes
e embriagada de sons, caminhei...
Eras tu, que das cordas
arrancavas triste melodia...
E sem querer me afastar,
junto a ti fiquei...
Em teus abraços minha tristeza afoguei...
E docemente em carinhos
a ti me entreguei...
E em momentos de ternura,
amei-te.


Belo Horizonte, 01/06/2009 - 21:19 horas.
O fado português fala-me de amor. Apaixonam-me... Sempre!
Este poema foi inspirado na imagem e música.
Por favor, mantenha a autoria, música e a formatação
enviada a mim por Rosélia Martins - Lisboa -PT

Tão prosa é a rosa!

Tão prosa é a rosa!
*Emiele*

Pétalas tenras
e umedecidas da rosa
linda e perfumada
falavam sozinhas...
Tão prosas...
Quase me calei
e me envolvi em êxtase...
E saudade...
Seu cheiro e maciez
me fazem lembrar
de gente pequena...
Criança amorosa...
Pureza e encanto
se fundem e se aninham
na rosa...
As pétalas aveludadas
parecem trazer
os anos de infância
que cheia de sonhos
queria voar e alcançar
as nuvens do céu...
Quanta crença e inocência!
Hoje sei, nem tudo se alcança.
E lá se vão a plainar tal aves no céu
sonhos e esperanças...
E de olhos caídos,
descrentes e distantes
vejo o tempo correr
e me ofuscar a visão...
Sei que pouco vivi
mas já envelheci.
E impedir a velhice, é tolice.
É ilusão...
E só alegra ao médico cirurgião.


Belo Horizonte, 01/10/2009 - 14:14 horas.
Reg. digital nº: 57181

Nota: Este poema foi inspirado na obra da
artista e poetisa Edna Feitosa. Parabéns Edna!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Sonhos Maduros

Sonhos Maduros
*Emiele*

Eu tinha 50 anos...
Achava que tinha muitos anos pela frente...
Que ao me aposentar poderia fazer tantas coisas que adiei.
Que o homem que eu amava à milhas de distância
um dia qualquer iria ao seu encontro...
E que se demorasse chegar este dia
não tinha importância...
O certo é que eu iria ao seu encontro.
Hoje sei que meus 50 anos se foram voando...
E que eu não tinha controle sobre o tempo que corre mais veloz nesta idade...
Vejo-me envelhecida e com pouca vaidade...
Foge de mim a força e o desejo que impulsionava fazer tudo que gostava...
Até minhas mãos não conseguem mais escrever
para falar destes anos que correm...
E passei a temer.
E todo amor que eu sentia
pelo homem que tão distante de mim vivia
estacionou na linha do horizonte....
E quando vejo o por-de-sol brilhar esmaecido...
Ainda sonho estar junto do homem que amei e diz sempre amar.
Para juntos lembrarmos dos anos de sonhos maduros
que não se perderam totalmente...
Deixaram bons frutos: Respeito, amor e amizade.
E uma boa semente que aguarda o momento
para começar a germinar...


Belo Horizonte - 28/11/2009 - 21:46 horas.

Sonho de um envelhecer

Sonho de um envelhecer
*Emiele*

Ah, estes cabelos brancos
que na juventude, enamorada,
deitado no meu colo, eu alisava. . .
E enquanto os dedos iam e vinham
fazendo carícias, pensava
que um dia brancos ficariam
e junto a ti , ficar também velhinha
era tudo que eu mais queria.
E hoje, não te vejo grisalho ficar. . .
Meu querido, onde estás?
Em que estrada andas a trafegar?
Perdestes o caminho de volta?
Deixaste-me quase enlouquecida!
E hoje segues também sozinho pela vida.

...Mudanças bruscas ocorreram
no teu jeito sentir e ser,
e eu que fui um dia a amada tua,
com a emoção fragilizada
vivo fases como a lua...
Nutro ainda grande amor por ti...
Por ti que deixou há muito de existir!
E o sonho de juntos envelhecermos,
andar de mãos dadas pela rua
ficou amordaçado no passado...
Quantas marcas tatuadas pela dor...
Meu olhar tornou-se mais triste
mas meu jeito de sentir
e de gostar, ainda persiste,
pois desconheço o desamor.
Quero amar e ser amada!
Busco outro bem-querer
para feliz e enamorada,
ver chegar outras primaveras
e voltar a sonhar...
Meu sonho de envelhecer!

Belo Horizonte, 26/01/2004 -0:54hs.
*Direitos Autorais Reservados.

Dedicado a meu marido, 53 anos, cuja doença mental provocou
um corte em nossas vidas amorosas, plenamente compartilhadas.
Continuamos casados.Amo-o como ser humano e pai de meus 4 filhos.
Tenho de continuar a lutar. Amar. E sozinha sobreviver.

Sonho que se sonha só, é apenas sonho que se sonha só.
Sonho que se sonha junto, é Realidade! Raul Seixas.

Sentir o momento

Sentir o momento
*Emiele*

Sob o infinito céu eu queria estar... A voar...
Nas asas dum avião ou da imaginação
E na leveza da alma...
Na pureza e calma... Levitar...
O peso dos desejos me entrava...
Os sentidos me sufocam... E atam...
Assim prisioneira da dor
deste infinito buscar
sigo sem teu amor ou não sigo...
Estaciono no espaço sem laços
que agora trilho...
Espaço sem luz e brilho...
Acho-me no que não quero nem necessito mais...
Não tenho o que preciso - Carinho... amor... e calor...
Quero você a meu lado para saciar esta sede de amar...
De amar... De amar... E calar...
Este desejo num beijo de amor.


Belo Horizonte, 06/07/2009 - 18:00 horas.

Sem medo de envelhecer!

Sem medo de envelhecer!
*Emiele*

Sabe?Aquela rosa que me destes um dia como lembrança do seu carinho por mim, ainda guardava na memória, seu perfume, cor, e o beijo prolongado que me destes ao me entregá-la, meu amor! Reparei-a hoje em meus guardados: Pálida, disforme e desidratada.
Queria voltar a vê-la como naquele dia...Mas a memória não é capaz de retratá-la bela e irretocável como foi guardada.Que pesar!Os anos passaram... Meus olhos anuviaram... Ela baila na minha retina como indefinido vulto, mas sei que representava nosso terno amor oculto...

É tão efêmera a vida das coisas e pessoas.Parece que foi ontem.Tudo passa tão depressa!Voa!Envelhecemos corpo e mente, de repente. Porém nossa emoção é a última a dar sinais... Buscamos com insistência lembranças de tudo que alegrou nosso viver no emaranhado de um passsado, feito de tantos ais...E ainda emocionados nos iludimos capazes de reviver o que foi nosso desejo e querer.Mas que triste sorte! Envelhecemos nas feições...Rosto e corpo marcado, enrugados...Lá se vai definhando nosso elegante porte!
Em nossos olhos há cegueira progressiva. Em nosso olfato há insensibilidade. Nossos ouvidos perdem a audição.Em nosso cérebro a memória falha. Envelhecemos e de quase tudo esquecemos. Mas de todo não envelhecemos Nosso coração ainda palpita. Sente solidão, saudade. Excita... E acelerado pulsa se tocado pela vaidade... Queremos ainda elogios e atenção. Resta a fortaleza da emoção que a cada dia mais forte vai ficando e, por vezes, por ela vencidos, somos derrubados...
Ficamos deprimidos e angoniados com os fantasmas que rodeiam nossos dias, roubando os sonhos e fantasias.
Penso que devíamos ao envelhecer antes de mais nada perder a memória da emoção. Esquecer antigas histórias e começarmos a gravar vivências atuais. Com certeza, seremos mais felizes sem esta conexão e paixão.
Deve ser bom conectar-se na velhice pra valer!
É uma tolice ficar remoendo o passado e dizer:Ah, um dia eu fui...Eu tive...Eu vi...Aconteceu assim...
Ora, continuar lá atrás no tempo nos leva a colher coisas ao vento e não assumir o que já somos. Que temos. Que vamos. Que vemos. Que é assim.
Não assumir a velhice é uma sandice. E viver sem sonhos e esperanças, a velhice-velha de verdade alcança e chega-se logo ao fim da trajetória.

Temos de aceitar que é assim.Aceitar o envelhecer é dar trégua para que o que há de vida em nós devagar vá se apagando...E neste lento envelhecimento, devemos reciclar o que está morrendo.Fazer nascer um velho-novo.Trazer no peito e coração frágeis conexões com o passado, e na velhice ficar bem plugado! Seremos deste jeito, apenas um idoso.Alguém que já vai indo...vai indo...a cada amanhecer...E envelheceremos pra velhice rindo,
encarando alegremente o que tem de ser.O que é. E que será. Um feliz e ajustado envelhecer!

Penso que o idoso se agarra ao seu passado porque com o presente não pode se alegrar. E atormentado por dores e temores, voltar no tempo o ilude e faz acreditar que a vida corre mais devagar. Bom, há quem viva se iludindo até morrer
e faz disto sua opção de bem viver.


Belo Horizonte - 30 de julho de 2004 - 004 horas.
Direitos autorais preservado pela ética que deve permear todo meio de divulgação e publicação.
Dedicado a todo idoso de espírito jovial.
Quando alguém amigo aniversaria, sempre cumprimento assim:
Que mantenha no corpo a saúde, e no espirito, a alegria da eterna juventude!

* * * * *

Hoje, data supra, meu muso português viajou em excursão pra Alemanha.
Em 25/08, meu irmão Hélio sofreu aneurisma abdominal e foi operado.
Estava em coma induzido. Dia 02, faleceu.
Em 04/09 meu pc pifou... A placa-mãe queimou.

Putzz...Hoje já é dia 27 de setembro, Dia do Idoso!
O tempo voou... Olha eu plugada no passado!
Ah, mas se pouca coisa tem mudado em mim, penso que ainda não envelheci
e não tenho de seguir minha receita de bem-viver acima.Mas tô indo...Tô indo..
.Não quero caminhar para uma velhice-velha.Vou me reciclar!
Quero ser apenas idosa ajustada e feliz.
Que Deus me ouça e os anjos digam em coro: Amém!!
Pense nisto você também.

O futuro no presente

O FUTURO NO PRESENTE
*Emiele*

O futuro que agora vejo, salta a meus olhos num lampejo!
Tem um céu de nuvens espessas, esparsas, escuras,
sem estrelas nem luares.Tem rios de águas barrentas,
poluídas e estéreis.

Há um crescimento urbano desordenado, composto de cidades
mal planejadas, cheias de pessoas aglomeradas, amontoadas!
E a criminalidade de um modo geral, não penalizada e banalizada.

O futuro que hoje vejo é assim, sem eira nem beira.
Descaracterizado, fragmentado, dissocializado, e globalizado.
Um futuro triste, horrendo...Em sua conjuntura natural e humana

Por outro lado, não quero sonhar com utopias de um paraíso para todos.
Mas vejo surgir políticas e estratégias que incentivem o bem-estar
do homem no campo e cidades.Pois de que adianta tamanho avanço
da tecnologia se não trouxer benfeitorias para a Humanidade?

Há de ser um futuro de mobilização pública organizada entre
os países solidários na luta pela diminuição das discrepâncias sociais
entre pobres e ricos, no planeta.

Há de haver recursos humanos disposto a trabalhar com altruísmo
por uma causa justa e humanitária.E que os recursos materiais
sejam suficientes para subsidiar comida em abundância,
tirando nossos irmãos da inanição.

Há de haver mais políticos conscientes do seu verdadeiro papel
a desempenhar na sociedade.E também, de pessoas menos individualistas
e mais engajadas e compromissadas com o bem-estar social.

Que a agricultura familiar produza o sustento do homem do campo
que luta pela sobrevivência, e o mantenha preso 'a terra,
por amor a seu quinhão.E que a força do seu trabalho
seja valorizada e lhe ofereça condições de sobrevivência dígna.

O futuro do mundo que hoje vejo, será habitado por crianças
e recém-nascidos nutridos e sadios.As doenças infanto-juvenis
causadoras de mortalidade, serão erradicadas.
Será um mundo habitado por indivíduos fisicamente sadios
e psiquicamente menos insanos...

Que as políticas públicas de Saúde, Educação, Habitação
e Sanitária, estejam ao alcance de todo cidadão.

Que o idoso seja respeitado e abrigado com dignidade
quando não dispuser de recursos próprios.

Ah, o mundo que hoje vejo é ainda bem fragmentado
e distanciado entre o que desejo e o que será.E o pior,
pouca coisa mudará no meu tempo de ver...Mas tenho esperança
de que meus filhos e netos chegarão a desfrutar deste mundo mágico,
para o qual trabalhei na sua construção.
E no qual gostaria de juntos com eles, brincar e viver!


Belo Horizonte - 22/01/2005 - 17:00 horas.
Direitos Autorais Reservados.
Publicação autorizada na Ciranda Futuro.
emielehorta@terra.com.br

O futuro - que furo!

O FUTURO - QUE FURO!
*Emiele*

Não tenho varinha de condão nem sou vidente para prever o
futuro.Falo então do futuro de modo singular, pois quase o vi
chegar ribanceira abaixo dentro de um carro...
E lá morreriam comigo todos os sonhos que com carinho
alimentei.

Faz pouco tempo...Parece que foi ontem...
Eu o via por detrás duma colina e de um mar encantado, onde
eu teria muito tempo para chegar lá...O lugar era Lisboa...
Ali estava meu sonhado futuro...Ah, quanto amor sonhado...
Hoje, sei que não somos donos do tempo nem podemos controlar
nossos desejos.
Posso chegar onde imaginei ou jamais chegar lá.
Passei então a buscar um jeito mais prático de pensar e agir .
Vivo o instante presente.Aquele que a gente toca no peito e
sente seu pulsar...É dele que posso falar, criticar, persuadir ou calar.
Um futuro no presente, para onde eu caminho convicta e imagino
que posso ir.É este instante em que palavras fervilham em minha mente.
São estas poucas linhas acabo de escrever.Quinze minutos já se foram...
Puxa, o futuro voou...Meu tempo evaporou!

O futuro pode ter asas em nossa imaginação, como pode também
estar preso num emaranhado...E de lá não arredar o pé.Mas nem
por isto o tempo parou.O dia deixou de amanhecer.
O futuro não chegou.

O futuro mede-se pelo tempo daquilo que não podemos prever.
Por causa dele, planejamos, alicerçamos, poupamos, e sonhamos.
E assim, vamos vivendo ciclos e mais ciclos.Acaba um, que alívio!
Sobrevivemos. Mas logo vem outro.

O futuro é um sei lá de quê engraçado...Mora num lugar estranho,
distanciado, desconhecido...E de repente está aqui do meu lado.
Dorme comigo...Amamos juntos...Adoecemos juntos e juntos morremos.
Acho que ele deveria chamar desejo.
Sim.Futuro é igual a desejo...
Sempre queremos alcançá-lo.Tocá-lo.Conhecê-lo.E desfrutarmos.
Mas ele sempre nos escapa!Escorrega no tempo...
E quando olhamos para trás, ele já se foi.
Raramente o alcançamos em sua plenitude, pois se pensamos no
amanhã, não temos certeza se virá.
Quem não deseja nada não tem futuro nem vive.Vegeta.
Vivo então no presente.Amo no presente.Escrevo no presente.
Sinto no presente.Sonho no presente.E planejo a curto prazo.
Fico no tempo presente com tudo que vivo.Os filhos que tenho.
As emoções que sinto.As pessoas que amo.Os poemas e textos
que escrevo.

E o futuro?
Ah, não soube...?!
Está ali, esticadinho com ela no caixão...
Pobre coitada! O futuro pregou-he uma peça!
Pobre dela! Adoeceu... Morreu.Nem o conheceu.Que furo!
E para tranqüilidade dos filhos, deixou-lhes um Seguro.
Um futuro seguro.Seguro de sonhos e mais nada!


Belo Horizonte - 23/01/2005 - 10:30 horas.
Direitos Autorais Reservados.
Publicação autorizada na Ciranda Futuro.
emielehorta@terra.com.br

O sabor de cada idade

O SABOR DE CADA IDADE
*Emiele*

Penso que a velhice de tão velha morre. É o amadurecimento e a sabedoria
que dão melhor sabor a cada idade. Colhamos, portanto, a beleza do fruto
de cada estação do nosso tempo, e saibamos saborear com gosto!

Vamos dar todo dia uma volta pelo nosso pomar para vermos o que nele está
a brotar? Se for erva daninha só há uma solução: arrancar!
Tenha persistência e determinação para seu solo diariamente adubar
e com certeza sua colheita será abundante, e os frutos, exuberantes!


Belo Horizonte, Tuesday, September 19, 2006 9:13 PM

Pedindo longevidade

Pedindo longevidade
*Emiele*

Senhor, Deus do Universo e Criador de todas as coisas...
Dá-me sabedoria e compreensão para entender
que tenho apenas cada dia para viver.
Dá-me discernimento e intuição para escolher
o que há de melhor e necessário,
neste mundo cheio de tentações de consumo,
para preservar a Vida que me destes.
Dai-me comedimento.
Que eu não exceda no prazer momentâneo...
Que saiba dosar de tudo um pouco
e nisto encontrar alegria e prazer.
Reconhecendo seres dono de cada instante de nossa Vida,
e que nem dona sou deste instante em que te falo,
peço-te que prolongue a minha Vida
para que eu tenha tempo de aparar minhas arestas,
polir o diamante que colocastes em minhas mãos,
e enquanto isto, que eu busque a cada dia
meu aperfeiçoamento espiritual.
Se me faltar a saúde, prepare-me com paz e humildade
para aceitar teus desígnios e, conduza-me,
abrindo todos os caminhos para obter o médico e remédio certo para a cura.
Oh, Senhor, dá-me como prêmio a longevidade pois poucos são os escolhidos...
Sei que não é muito pedir pois és dono do Tempo e da Vida.
E o que são Tempo e Vida para Ti senão um piscar de olhos e um pulsar do coração?
Dá-me então milhares de piscar de olhos e pulsar de coração.
Reconheço Tua grandiosa misericórdia para comigo até o presente instante
e sou grata por tudo!
Que eu continue merecendo Tua proteção até o fim de meus dias. Amém!


Belo Horizonte, 14 de novembro de 2003 - 6:15 horas.
Acabo de acordar....Sentada na cama converso com Deus assim...

Divulgue preservando a autoria. Pedir isto não é muito. É apenas querer o devido respeito por meus sentimentos. Este fundo foi criado por meu filho para o poema ''COMPREENDENDO A VIDA'', da home page www.emiele.hpg.com.br que foi tirada do ar pelo HPG.

Não abandone o velho

Não abandone o velho
*Emiele*

A flor murcha, sem cor e vida,
que outrora nossos olhos enfeitiçou,
enfeita hoje qualquer canto d'alma
que num passado desbotado, estacionou.
Não abandone o que velho já ficou
pois o que um dia teve vida em flor,
de lembranças vive como novo,
mesmo que seja uma irreparável dor.
Pedaços que escrevemos duma história,
mesmo sem brilho aos olhos do demais,
tal como as notas duma bela sinfonia,
compõem a música de nossa trajetória
numa orquestra harmoniosa e sem rivais.
Não abandone o que velho já ficou
ainda que seja uma irreparável dor...
Deixe num canto e lhe dê guarida,
pois são troféus de lutas já vencidas
onde o rival foi o desamor.

Belo Horizonte, 05/09/2008 - 16:06 horas.
Seria bom fechar o espetáculo com uma Oração...
Que tal esta?